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Turistas elevam para R$ 2 bi projeção de impacto econômico com F1 no Brasil

Crescimento se deve a uma maior participação de fãs de outros países, assim como ocorreu com a NFL

AUSTIN, TEXAS - OCTOBER 18: Fernando Alonso of Spain driving the (14) Aston Martin AMR24 Mercedes leads Valtteri Bottas of Finland driving the (77) Kick Sauber C44 Ferrari during Sprint Qualifying ahead of the F1 Grand Prix of United States at Circuit of The Americas on October 18, 2024 in Austin, Texas. (Photo by Mark Sutton/Getty Images) (Mark Sutton/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 31 de outubro de 2024 às 09h00.

A expectativa com o impacto econômico com a realização do Grande Prêmio de Fórmula 1 em São Paulo , entre os dias 1 e 3 de novembro, é a mais alta dos últimos anos, com projeção de chegar aos R$ 2 bilhões, de acordo com dados da Prefeitura de SP. Em relação a 2019, antes da pandemia pela covid-19, o aumento seria de 60%. No ano passado, o impacto econômico foi de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com a organização do evento, o crescimento financeiro se deve diretamente ao gasto feito por turistas na cidade durante os dias de evento, com uma média de R$ 4.689,00, entre três e quatro dias hospedados na capital. Na edição realizada em 2023, o GP de Interlagos registrou recorde de público, com 267 mil pessoas presentes.

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"Há uma estimativa de que o turismo esportivo global deve movimentar 1,8 trilhão de dólares até 2030. Na prática, a gente tem percebido um aumento pelas demandas de pacotes de viagem para diversos eventos ligados ao esporte. É nítido que o mercado vive um momento de crescimento, com uma busca cada vez maior dos fãs por experiências únicas, marcantes, e de alto padrão", afirma Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência multinacional que comercializa pacotes de viagem para o GP de São Paulo.

Uma referência também está relacionada à NFL, que recebeu em setembro deste ano o primeiro jogo oficial da competição, entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, durante o mês setembro, na Neo Química Arena. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, o faturamento com a partida foi de R$ 337,7 milhões, superando a expectativa inicial, que era de R$ 327,4 milhões. Os números, por exemplo, foram maiores do que na Cidade do México, que tradicionalmente recebe esses jogos desde 2016 e tem movimentado, anualmente, R$ 246 milhões. A projeção extraoficial para 2025, caso se confirme o retorno, é de quase meio bilhão em receitas.

"É muito interessante ver o crescente impacto econômico que o GP de São Paulo vem tendo sobre a economia da cidade. A estimativa na casa dos bilhões de reais reflete o valor que este evento proporciona, não só para os amantes da Fórmula 1, mas para toda a cadeia de turismo e negócios de São Paulo. É uma atração que extrapola os limites do esporte e gera um legado positivo para diversos setores da capital paulista", complementa Lo Prete.

Não à toa, todos os 47 mil ingressos colocados à venda, incluindo camarotes de luxo, que variavam entre R$ 5 mil a R$ 30 mil, se esgotaram em poucos minutos, com 1/3 de estrangeiros presentes no evento.

“Foi uma oportunidade incrível poder contar com um evento tão grande quanto a NFL em nossos espaços, além de ter sido uma oportunidade excelente do ponto de vista financeiro. O jogo da NFL no Brasil provou ser um produto mais rentável que final da Libertadores. Por isso, fizemos o nosso melhor para oferecer experiências únicas ao público”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, que no jogo contou com o Camarote FielZone, que contou com espaços premium no jogo da NFL, com jacuzzi, cardápio especial de chefs com estrela Michelin e show exclusivo.

A atual temporada da F1, que começou em março deste ano, segue com expectativa de audiência elevada e diversificação do público, seguindo uma tendência que já vem acontecendo nos últimos três anos. De acordo com especialistas em gestão e marketing esportivo, fruto do advento da rede social Tik Tok, bastante explorada pela Liberty Media, proprietária da F1, e da série Drive To Survive, produzida pelo Netflix e que chegou a sua sexta edição em fevereiro deste ano.

Números divulgados pela Liberty Media, no final de 2023, indicaram que a média de idade de quem acompanha a modalidade caiu de 36 anos para 32 anos. Já aqueles que acompanham presencialmente às corridas também ficaram mais jovens, com crescimento de 21% dos fãs de até 25 anos, nos anos de 2021 e 2022. Levando em contas as transmissões esportivas, a audiência teve um crescimento de 44% entre os torcedores de até 35 anos, levando em conta os últimos cinco anos (2018 a 2022).

"A crescente digitalização dos meios de comunicação fez com que diferentes tipos de públicos passassem a ver a modalidade de outra maneira, influenciados, e muito, pelos perfis que surgiram em redes sociais, especialmente o Tik Tok e a série Drive to Survive. Era o impulso que faltava para a modalidade despertar entre o público feminino e também os mais jovens, e isso é constatado por meio de pesquisas. A F1 se modernizou, e ficou claro que os conteúdos, da forma como eles são mostrados, especialmente com bastidores e novas experiências com público, são fundamentais para essa escalada de audiências e novas receitas", observa Joaquim Lo Prete.

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