Após 17 anos, receitas impulsionam lucro ao Milan e ultrapassam os € 400 milhões; veja
Clube atravessa importante fase de evolução sob a liderança da RedBird Capital
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 12h14.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 14h05.
O AC Milan acelera seu caminho para o crescimento sustentável: pela primeira vez na história do clube, as receitas ultrapassam os € 400 milhões, com um lucro líquido de € 6,1 milhões.
Após um capítulo inicial de recuperação e relançamento, o clube atravessa agora uma nova e importante fase de evolução sob a liderança da RedBird Capital, colocando o Clube no caminho ideal para continuar seu crescimento e competir a nível internacional.
A Assembleia Geral do AC Milan aprovou nesta segunda-feira, 23, os resultados do exercício findo em 30 de junho de 2023, apresentados pelo Conselho de Administração em 27 de setembro de 2023.
Relatório anual
Esse relatório anual marca um passo importante no caminho do Clube rumo ao crescimento e desenvolvimento, com as contas a apresentarem lucro pela primeira vez desde 2006, destacadas por um resultado consolidado positivo de € 6,1 milhões (+€ 72,6 milhões face ao exercício de 2021/22) alcançado sem a contribuição de mais-valias provenientes da negociação de jogadores e impulsionado por receitas de € 404,5 milhões (+€ 106,9 milhões num aumento de 36% face ao exercício financeiro de 2021/22), um novo recorde na história do AC Milan.
"Combinar o desempenho desportivo, a competitividade global e a sustentabilidade financeira no futebol, quando se segue um caminho virtuoso, é possível: a demonstração financeira que acaba de ser aprovada é uma prova disso. Isto marca um importante passo na história do nosso Clube com o retorno ao lucro líquido após 17 anos. Caminhamos para um novo e importante capítulo de evolução no desenvolvimento do nosso clube", afirma Paolo Scaroni, presidente do clube.
Desempenho econômico
Em particular, a aceleração positiva do desempenho económico do Clube foi suportada principalmente pelo crescimento das receitas comerciais e patrocínios de € 44,4 milhões, do aumento gerado pelos direitos de media e televisão de € 41,8 milhões – principalmente devido à excelente campanha europeia, com os rossoneri chegando às semifinais da UEFA Champions League – e, por fim, um aumento nas receitas de jornadas e ingressos para a temporada, que tiveram um crescimento de € 40,3 milhões, graças ao constante apoio e paixão dos torcedores rossoneri.
"É bastante simbólico este lucro apresentado pelo Milan. Isto porque ele mostra uma péssima administração financeira que vinha da época do Berlusconi, foi ampliada pela desastrosa gestão dos chineses e passou uma profunda remodelação financeira quando o clube caiu nas mãos do fundo americano Elliott. No ano passado, após ser adquirido por outro fundo americano, RedBird, foi dada continuidade ao processo que então agora culmina em lucro depois de 17 anos", afirma Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.
Demonstrações financeiras
As demonstrações financeiras do ano, encerrado em 30 de junho, mostram que a geração de caixa das atividades operacionais foi positiva em € 78 milhões (em comparação com € 47 milhões no ano anterior), demonstrando a gestão de qualidade da empresa, enquanto as despesas de capital ascenderam a € 79 milhões (em comparação com um saldo positivo de € 21 milhões no ano anterior), uma prova do empenho dos proprietários e da gestão no investimento com foco principal no fortalecimento do plantel e na garantia de uma equipa mais competitiva e vencedora.
Um outro elemento distintivo neste sentido é representado por um aumento de € 50,5 milhões nos direitos de desempenho dos jogadores, que será ainda reforçado pelo valor da campanha de transferências recentemente concluída.
A análise do exercício em apreço destaca ainda o significativo apoio financeiro do acionista controlador RedBird Capital, através de um investimento de € 40 milhões, destinado a avançar com determinação no projeto de um Novo Estádio.
"É mais um exemplo de boa gestão a ser considerado. Não é possível saber se haverá continuidade nisso, mas é evidente que para uma boa parte dos novos investidores americanos que estão comprando clubes a racionalidade financeira é o ponto central do projeto. Até por que, no fim das contas, o objetivo é gerar lucros e paulatinamente recuperar o capital investido", complementa Carlezzo.