UE faz acordo para reduzir emissões de CO2 em 55% até 2030
"Dez anos, ou seja amanhã, então devemos colocar tudo em movimento para alcançar, agora, juntos. Porque não há plano B", afirmou Emmanuel Macron
AFP
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 07h57.
Os países da União Europeia (UE) deram mais um passo na questão climática e aumentaram a meta de redução dos gases do efeito estufa, após uma intensa noite de negociações, durante a qual também desbloquearam o plano de recuperação pós-pandemia.
Na véspera do quinto aniversário do Acordo de Paris sobre o clima, a UE alcançou um acordo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em "pelo menos 55%" até 2030 em comparação com os níveis de 1990, contra o objetivo anterior de 40%, com a meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
"Uma proposta ambiciosa para uma nova meta climática foi aprovada", celebrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter.
Não há plano B
"Dez anos, ou seja amanhã, então devemos colocar tudo em movimento para alcançar, agora, juntos. Porque não há plano B", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron.
Como chegar ao objetivo e de que maneira distribuir os esforços dos diferentes países provocaram longas horas de discussões em Bruxelas. As principais dúvidas eram procedentes da Polônia, muito dependente do carvão, que desejava garantias sobre a ajuda financeira que receberá em troca de tornar sua economia mais ecológica.
Diante dos Estados Unidos e da China, "a UE não pode falhar na área climática depois de ter liderado o tema", afirmou uma fonte diplomática durante a madrugada de discussões.
A Polônia já havia bloqueado, ao lado da Hungria, o plano de recuperação e o orçamento plurianual da UE (2021-2027), que juntos somam 1,8 trilhão de euros (2,1 trilhões de dólares).
Mas os líderes europeus conseguiram alcançar um acordo na quinta-feira que permitirá ao bloco ativar o plano sem renunciar ao mecanismo que vincula o acesso aos recursos de ajuda ao respeito do Estado de direito (independência judicial ou políticas anticorrupção, entre outros).
Graças ao bom trabalho diplomático da Alemanha, que exerce a presidência semestral da UE, a condição polêmica será acompanhada agora por uma declaração "explicativa" destinada a responder às preocupações de húngaros e poloneses. O recurso adicionado prevê recorrer à justiça europeia para examinar a legalidade de uma decisão sobre o tema antes da aplicação.
Para o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, o acordo "é um triunfo ante o egoísmo" e abrirá o caminho para que a "Europa saia com força da crise" provocada pela pandemia.
"Podemos afirmar, sem falsa modéstia, que salvamos a unidade da UE", afirmou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, em uma entrevista coletiva ao lado do colega polonês Mateusz Morawiecki.
A liberação da primeira parte do fundo de recuperação pode acontecer no primeiro trimestre de 2021, segundo fontes francesas.
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