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Osmar Chohfi: desenvolvimento sustentável do Brasil é essencial para os negócios árabes

O desafio, agora, é para além do comérico garantir a priorização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como aponta Osmar Chohfi, embaixador e presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em entrevista à EXAME durante a COP28

Osmar Chohfi, embaixador e presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (Pacto Global da ONU no Brasil/Reprodução)

Osmar Chohfi, embaixador e presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (Pacto Global da ONU no Brasil/Reprodução)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 13h17.

Última atualização em 12 de dezembro de 2023 às 13h41.

De Dubai*

A COP28 tem sido, para além das discussões sobre mudanças climáticas, oportunidade de aproximação entre os negócios brasileiros e árabes. Grande parte da conexão entre as empresas, incluindo visitas de brasileiros na sede de companhias dos Emirados Árabes Unidos, é promovida pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. O desafio, agora, é para além do comérico garantir a priorização dos Objetivos dos Desenvolvimentos Sustentável (ODS), como aponta Osmar Chohfi, embaixador e presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em entrevista à EXAME. 

"É muito importante que as interações no setor privado sejam pautadas pelos ODS. É evidente que as políticas públicas são objetos de ação governamental, mas sem o envolvimento das companhias privadas não será possível atingirmos os objetivos em bem comum para a sociedade e para o clima", diz.

Para ele, um dos passos essenciais é a construção de políticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) em todas as áreas das companhias e, mais tarde, como norte para o trabalho com fornecedores. "Um caminho para isto é a participação em organizações como o Pacto Global da ONU no Brasil, de forma a ter as práticas medidas, avaliadas e compartilhadas".

A importância do Brasil para o comércio árabe

No contexto das mudanças climáticas, o Brasil tem uma competitividade que muito interessa os países árabes, afirma Chohfi. "O país pode oferecer uma complementariedade ao que os árabes buscam quando falamos de mudanças climáticas e transição energética. A matriz energética bastante limpa do Brasil, por exemplo, será essencial para o desenvolvimento também dos negócios árabes", diz.

Outro ponto é em relação às emissões de CO2. "Os países árabes estão na busca da compensação de suas emissões de CO2 e o Brasil tem um potencial enorme no mercado de carbono. Sabemos do interesse de fundos em investir nessa seara, o que cria um casamento perfeito entre as regiões".

Durante a COP28, a Câmara foi responsável por, por exemplo, coordenar visitas de brasileiros em empresas árabes por meio da parceria com o Pacto Global da ONU no Brasil, uma delas foi a DP World, que opera o porto em Jebel Ali, tem metas de neutralização de CO2 até 2040. "A troca de experiências é importante para o avanço do ESG. Além disto, no mundo árabe é muito importante este contato direto para o fortalecimento dos negócios".

Chohfi lembrou ainda de importantes dados, como: 40% da proteína animal consumida em países árabe é proveniente do Brasil, que garante a segurança alimentar da região. Além disto, o Brasil, atingiu US$ 32 bilhões de comércio com o mundo árabe em 2022. "Isto só reforça a importância de uma estratégia ambiental conjunta para garantir a prosperidade dos negócios ao mesmo tempo que há o avanço da sustentabilidade climática", finaliza.

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