ESG

H&M deve esperar raiva da China passar, diz Câmara de Comércio da UE

A ira da China contra a Hennes & Mauritz e outras marcas que se recusam a usar o algodão de Xinjiang vai passar, mas as empresas continuarão a enfrentar riscos de questões políticas

A ira da China contra a Hennes & Mauritz e outras marcas que se recusam a usar o algodão de Xinjiang vai passar, mas as empresas continuarão a enfrentar riscos de questões políticas (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

A ira da China contra a Hennes & Mauritz e outras marcas que se recusam a usar o algodão de Xinjiang vai passar, mas as empresas continuarão a enfrentar riscos de questões políticas (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

LB

Leo Branco

Publicado em 30 de março de 2021 às 16h11.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 15h27.

A ira da China contra a Hennes & Mauritz e outras marcas que se recusam a usar o algodão de Xinjiang vai passar, mas as empresas continuarão a enfrentar riscos de questões políticas, disse o presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China.

“Realmente tem que deixar acontecer, ficar quieto e, quando passar, voltar”, disse Joerg Wuttke à Bloomberg TV na terça-feira. “Os clientes chineses adoram produtos e marcas europeias, então acho que será o mesmo para os têxteis.”

Usuários de redes sociais chinesas começaram a organizar um boicote à H&M na semana passada, depois de descobrir um comunicado sem data da empresa dizendo que não usaria algodão da região de Xinjiang, no oeste do país, devido a questões de trabalho forçado.

A varejista foi criticada pela Liga da Juventude Comunista e pelo Exército de Libertação do Povo, e as lojas desapareceram das pesquisas do Apple Maps e Baidu Maps. Algumas das lojas da H&M em cidades menores foram fechadas pelos proprietários.

Outras marcas ocidentais como Nike e Adidas também desagradaram consumidores devido às promessas de não usar algodão de Xinjiang. A região fornece cerca de 80% da matéria-prima para a China.

Os EUA e algumas outras nações ocidentais acusam a China de enviar até 1 milhão de uigures, que são muçulmanos, para campos de trabalho forçado e obrigar cerca de 500 mil crianças a estudarem em internatos.

A China nega as acusações, dizendo que está combatendo o extremismo religioso e oferecendo empregos e educação para melhorar vidas. A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, não respondeu diretamente se o governo estava por trás de boicotes à H&M e outras empresas durante coletiva de imprensa na terça-feira em Pequim.

“Alguns internautas chineses expressaram sua raiva pelo algodão de Xinjiang, inclusive pela H&M”, disse. “Os consumidores chineses têm liberdade de escolha”.

Wuttke, da Câmara de Comércio, disse na terça-feira que, embora o mercado chinês tenha “salvado” muitas empresas no ano passado à medida que a economia do país asiático se recuperava da pandemia de coronavírus, “ao mesmo tempo há esse tipo de pressão política”.

A reação pode afetar o governo de Pequim no longo prazo, visto que “prejudica os empregos chineses”, disse.

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