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Forte demanda global por carvão desafia objetivos climáticos

Usinas de energia correm para garantir a oferta adequada de eletricidade, já que o verão com altas temperaturas reforça a demanda do renascimento industrial pós-pandemia da Ásia

(Spencer Platt/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 2 de julho de 2021 às 16h16.

Por David Stringer e Dan Murtaugh, da Bloomberg

Os preços do carvão na Ásia sobem para nível recorde, destacando um desafio para governos que buscam uma transição energética mais rápida: o combustível mais poluente que tentam eliminar é alvo de demanda crescente.

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Usinas de energia correm para garantir a oferta adequada de eletricidade, já que overão com altas temperaturasreforça a demanda do renascimento industrial pós-pandemia da região. Além disso, a produção em alguns produtores de peso foi afetada e, com os altos custos do gás natural, não há alternativa mais barata para as concessionárias.

Esse cenário gerou um rali do carvão na Ásia, centro da demanda do combustível fóssil. O preço das cargas físicas de carvão nos portos de Newcastle, na Austrália, e Qinhuangdao, na China, subiram mais de 50% este ano, para nível recorde. Os futuros também estão em alta: os contratos da Austrália mostram ganho de 50%, e os preços na China mais do que dobraram.

“Os preços do carvão continuam subindo”, disse Peter O’Connor, analista da Shaw & Partners. “Estamos próximos do topo em termos de preços, mas não acho que chegamos lá ainda.”

O rali destaca o papel duradouro do carvão na matriz energética mundial, particularmente nas grandes e crescentes economias da Ásia, apesar de medidas mais ambiciosas para enfrentar a mudança climática. O carvão respondeu por mais de 30% da geração global de eletricidade em 2019, de acordo com a BloombergNEF. Aprevisãoé de que os três maiores consumidores - China, Índia e Estados Unidos - queimem mais carvão este ano.

“Podemos ver preços bastante robustos no final do ano”, disse Sakkie Swanepoel, gerente de grupo de marketing da Exxaro Resources, mineradora e produtora de carvão com sede na África do Sul. “Não vemos os preços despencando”, disse em teleconferência na terça-feira.

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