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COP29: Ativistas cobram taxação de super-ricos em dia focado em financiamento

Relatório divulgado nesta quinta-feira (14) mostra como tributos para bilionários poderiam gerar trilhões de dólares e engordar o financiamento climático

O lançamento foi realizado em uma coletiva de imprensa sobre financiamento justo e transição energética (Leandro Fonseca/Exame)

O lançamento foi realizado em uma coletiva de imprensa sobre financiamento justo e transição energética (Leandro Fonseca/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 06h47.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 08h12.

Afinal, quem paga a conta da emergência climática? Muitos defendem que quem deveria arcar com o alto custo são aqueles que mais contribuem com as emissões globais e que no fim, são os que menos sofrem com a tripla crise planetária.

E nesta equação, para além das economias mais desenvolvidas, entram os super-ricos. Neste quarto dia de Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, a temática é finanças, e ativistas abriram os trabalhos cobrando a taxação dos bilionários para pagarem pelos danos que estão causando ao planeta. 

O grupo lançou um relatório com nome "Dossiê Tax Their Billions", destacando oito bilionários como exemplos que poderiam ser tributados e gerar trilhões de dólares para combater as mudanças climáticas por meio de financiamento. Este é o tema central desta COP e um acordo global é esperado para levantar recursos suficientes e ajudar países em desenvolvimento a investirem em adaptação e resiliência.

Segundo o documento, super-ricos como Bernard Arnault, os irmãos Batista ou os herdeiros da fortuna da BMW muitas vezes pagam muito menos do que seus direitos e impostos, mas contribuem desproporcionalmente para a crise climática -- que afeta em maior grau as nações e populações mais vulneráveis. Além disso, detalha como um imposto sobre bilionários poderia gerar um valor significativo para governos do Norte global destinarem para os do Sul.

Também na COP29, a organização lança a campanha 'Energia do Povo', um apelo para levar energia renovável segura para a Amazônia e aproveitando o conhecimento e as habilidades de quem vive no território. Segundo nota da 350.org, "enquanto o bioma produz cerca de um terço da eletricidade do Brasil, mais de um milhão de amazônidas não têm acesso à eletricidade" e é preciso "incorporar uma abordagem decolonial da justiça energética, liderada por povos indígenas e comunidades locais".

Ilan Zugman, Diretor Administrativo da América Latina da 350.org, disse em nota que o Brasil tem tudo para fazer as tecnologias funcionarem e é favorecido pela abundância em recursos naturais, com comunidades já liderando o caminho para soluções inovadores para ampliarem a energia limpa.

"De aldeias remotas da Amazônia a bairros carentes no Rio de Janeiro, os projetos liderados pela comunidade estão prosperando. Se o governo brasileiro adotar políticas que apoiem esses esforços, o Brasil poderá liderar o mundo em uma transição energética centrada nas pessoas". 

Anfitrião do G20 e da COP30, Lula deve desafiar a ideia ultrapassada de que os combustíveis fósseis são o caminho para o desenvolvimento e, em vez disso, se concentrar na expansão do acesso e benefício às comunidades, complementou Ilan. 

Além de acelerar a transição energética no Brasil, a campanha pede pela melhora de políticas locais, financiamento mais justo e um imposto global sobre a riqueza e garantir a proteção dos direitos indígenas e meio ambiente.

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