‘Devemos garantir que a COP produza o balanço global mais ambicioso’, diz o presidente da COP
Na abertura da COP, o presidente da conferência, Sultan Ahmed Al Jaber, discursou sobre financiamento climático, busca de consenso e a importância do setor petroleiro na agenda climática
Repórter de ESG
Publicado em 30 de novembro de 2023 às 12h53.
Última atualização em 30 de novembro de 2023 às 15h03.
Nesta quinta-feira, 30, o presidente da COP28 , Sultan Ahmed Al Jaber, fez seu primeiro discurso sobre as negociações dos países-membros que acontecerão nas próximas duas semanas, em Dubai. “Devemos garantir que esta COP produza o balanço global (também conhecido como Global Stocktake) mais ambicioso possível. Então, vamos trabalhar com eficiência, chegar a um acordo sobre a agenda e passar os detalhes para o papel”, afirmou.
O Global Stocktake é uma das grandes promessas para a COP28. A conferência servirá como ambiente para que seja analisado como os países estão posicionados em relação à meta de limitar o aquecimento global em 1,5ºC.
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Al Jaber falou ainda sobre a necessidade de produção de um acordo histórico para operacionalização do fundo para apoiar países em desenvolvimento para lidar com adaptação climática, conhecido também como fundo de “perdas e danos”. Com isso, foi anunciado o compromisso de milhões de dólares direcionados ao fundo para fornecer assistência financeira.
Apesar de até o momento existirem algumas inconsistências sobre o montante, de acordo com comunicado oficial da conferência, assumiram o compromisso financeiro países como a Alemanha (oferecendo US$ 100 milhões ao fundo), EUA (com US$ 17,5 milhões), Japão (com US$ 10 milhões) e Reino Unido (com 60 milhões de libras). No caso dos britânicos, do total a ser desembolsado, 20 milhões de libras terão como destino outros acordos. Até agora, as doações chegam a, aproximadamente, US$ 300 milhões, ou R$ 1,466 bilhão
“Podemos ser uma nação jovem, mas temos grandes ambições e nós nos apegamos a princípios como a colaboração, optimismo, parceria, determinação e o compromisso. Estes são os ingredientes que constituem o DNA dos Emirados Árabes Unidos. E são estes valores fundamentais de confiança, propósito, parceria e pragmatismo que acredito que devem definir a COP28”, disse Al Jaber.
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Financiamento e adaptação climática
Também foi endereçada a questão de financiamento climático. “Esta presidência está empenhada em desbloquear o financiamento para garantir que o Sul global não tenha de escolher entre o desenvolvimento e a ação climática. Que este seja o ano em que o financiamento climático atenda à magnitude do momento. Que esta seja a COP em que cumpriremos as nossas promessas, desde os U$ 100 bilhões até as perdas e danos", disse a liderança.
Al Jaber ressaltou em seu discurso o papel que os recursos terão na contenção de danos. "No que diz respeito a perdas e danos, sei quão importante esta questão é para as partes, especialmente as mais vulneráveis. O que começou em Sharm el Sheikh, e que ganhou um impulso crítico em Abu Dhabi no início deste mês, deve agora ser concretizado e posto em prática no Dubai”, frisou.
Para o presidente da COP28, a adaptação deve estar no centro das ações. “Vamos finalmente enfrentar as questões que são críticas para a adaptação, como a água, a alimentação, a agricultura e a saúde. E é por isso que estou orgulhoso de a COP28 ser a primeira a acolher uma reunião ministerial sobre a saúde climática”, afirmou.
A questão dos combustíveis fósseis
Para Al Jaber, é essencial que nenhum grupo fique de fora da mesa e, para isso, é necessário considerar o papel dos combustíveis fósseis na discussão. “Sei que existem opiniões fortes sobre a ideia de incluir os combustíveis fósseis e energias renováveis no texto negociado. Temos o poder de fazer algo sem precedentes. Peço que vocês trabalhem juntos. Sejam flexíveis, encontrem pontos em comum, apresentem soluções e alcancem consenso. E nunca percam de vista o objetivo de 1,5ºC, porque é nisso que vou me concentrar”, garantiu.