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Com o crescimento da demanda, o número de data centers no mundo tem aumentado. (Erik Isakson/Getty Images)
Colunista
Publicado em 16 de agosto de 2024 às 14h00.
A utilização de computação em nuvem, assim como a de Inteligência Artificial (IA) e armazenamento virtual, tem aumentado muito. Esse fato tem sido incentivado pela digitalização das informações e pelo aparecimento de ferramentas digitais em quase todas as áreas.
Essas ferramentas envolvem não apenas plataformas gerais, como o ChatGPT ou Gemini, como também aplicativos interativos diversos, tanto para a criação de memes e imagens quanto para o desenvolvimento de projetos de design, arquitetura, engenharia, medicina e várias outras áreas. Para permitir todas essas funcionalidades, é crucial a existência de uma infraestrutura adequada e dedicada, conhecida como data center.
O funcionamento de um data center exige, além do conhecimento técnico especializado, equipamentos de última geração, espaço físico com disponibilidade de água e energia elétrica barata com qualidade e confiabilidade de fornecimento. Além disso, requer conexão de Internet veloz, confiável e robusta. Para que um data center tenha essas qualidades, os recursos financeiros necessários são elevados. Para economizar, investidores procuram países ou locais mais acessíveis.
Com o crescimento da demanda, o número de data centers no mundo tem aumentado. Algumas estimativas mostram que o consumo de energia elétrica mundial por data centers pode aumentar mais de duas vezes até 2026, atingindo 1.000 terawatts-hora (TWh), que equivalem ao consumo de eletricidade do Japão[1]. O Brasil é um dos países que podem se beneficiar com esse crescimento. Além de emprego, renda e qualificação da mão de obra, há o investimento financeiro: que é elevado, da ordem de bilhões de reais, o qual, além de fazer girar a economia, traria aumento da arrecadação de impostos.
Além disso, o Brasil poderia exportar o serviço para países vizinhos, dada sua localização estratégica. O país possui abundância de água, disponibilidade de energia elétrica, em grande parte renovável e não poluente, como hidrelétricas, eólicas e solares, e espaço físico para as instalações. Além disso possui uma infraestrutura de rede de transmissão interconectada e robusta.
No entanto, esse investimento possui riscos, que são não apenas os operacionais, relativos à segurança física e cibernética e aos insumos (estabilidade e qualidade do fornecimento), mas também o risco do surgimento de novas tecnologias mais eficientes, além da questão da vida útil dos equipamentos. Afora isso, complexidade regulatória, burocracia, demora na liberação e garantia do acesso à rede, mão de obra qualificada imediata e regulamentações fiscais também são obstáculos para investidores.
Os data centers são fundamentais para a era digital, suportando a crescente demanda por processamento e armazenamento de dados. O Brasil, com sua matriz energética renovável e infraestrutura robusta, oferece um cenário promissor para a instalação desses centros. No entanto, os desafios mencionados precisam ser abordados para melhorar a percepção de confiança e maximizar o potencial do país, permitindo que ele se consolide como um hub global de Data Centers.
[1] https://www.iea.org/reports/electricity-2024/executive-summary