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Da competição à busca por confiabilidade: o novo papel dos leilões de geração na América Latina

Com maior participação de fontes renováveis, países retomam licitações de longo prazo para garantir flexibilidade e segurança energética

Transição energética: leilões voltam a ganhar espaço como estratégia para garantir energia firme.

Transição energética: leilões voltam a ganhar espaço como estratégia para garantir energia firme.

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 10h30.

A expansão da geração solar e eólica transformou o setor elétrico latino-americano. Os custos de geração caíram, a participação de fontes limpas aumentou, mas também cresceu o desafio de assegurar energia firme e disponível a qualquer hora do dia. Sistemas com maior participação de renováveis intermitentes exigem novas estratégias de planejamento.

Diante desse cenário, governos e reguladores voltaram a apostar em um instrumento tradicional do planejamento elétrico: os leilões de longo prazo. Após alguns anos de menor atividade, há uma retomada regional desses processos, agora com objetivos mais amplos de garantir confiabilidade e flexibilidade operacional para sustentar o processo de transição energética.

Nos anos 2010, os leilões se consolidaram como o principal mecanismo de contratação de energia em diversos países latino-americanos. Com o tempo, o avanço de novas tecnologias (como a geração distribuída) e de outras formas de negociação (como contratos diretos entre geradores e grandes consumidores) reduziram o papel dos leilões centralizados.

Agora, à medida que a transição energética se acelera, vários países retomam leilões de longo prazo, ajustados à nova realidade. Esses processos passam a ter um papel mais estratégico: estimular tecnologias capazes de prover flexibilidade aos sistemas e reduzir riscos de falta de energia em horários críticos.

No Chile, mudanças na regulação criaram incentivos para investimentos em projetos híbridos com solar e baterias. Na América Central, países como Guatemala e Honduras planejam organizar certames em 2026 com a remuneração por potência disponível tendo grande destaque, além do Panamá que reabriu licitações de energia e potência firme depois de anos.

Na Argentina ocorreu um  de (quase 700 MW) de capacidade com o objetivo de ajudar a solucionar alguns gargalos de transmissão na região de Buenos Aires. O Brasil, por sua vez, também prepara leilões de capacidade para remunerar potência e reserva operativa, alinhando-se à tendência de precificar atributos relacionados ao atendimento de potência.

Uma mudança que se observa nestes certames é que antes vencia quem oferecia o menor preço por megawatt-hora. Agora, os editais passam a considerar atributos de confiabilidade, como a capacidade de entregar energia em horários de pico, e requisitos de flexibilidade, como o uso de baterias ou a prestação de serviços que estabilizam o sistema elétrico. Essas iniciativas refletem o entendimento de que a transição energética precisa vir acompanhada de mecanismos que assegurem estabilidade na oferta.

Para o investidor, essa evolução dá sinais de preços para investimentos nas necessidades reais do sistema e cria nichos de atuação em tecnologias de suporte, como baterias e usinas reversíveis. Para os países, representa um passo importante rumo a sistemas elétricos mais resilientes, que combinem expansão de renováveis com segurança de abastecimento. Ao precificar atributos de flexibilidade e confiabilidade, a América Latina constrói uma base regulatória mais robusta para o futuro da transição energética – e utiliza os leilões de longo prazo como um instrumento de equilíbrio entre custo, risco e sustentabilidade.

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