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A COP29 começou nesta segunda-feira (11) em Baku, no Azerbaijão, e traz um tom de "esvaziamento" com as tensões geopolíticas (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 17h49.
Última atualização em 11 de novembro de 2024 às 18h07.
Embora a eleição de Donald Trump nos EUA tenha gerado preocupações quanto ao futuro do planeta e levantado receios sobre a Conferência do Clima da ONU responder a altura do desafio, John Podesta, enviado especial de Biden na COP29, reiterou que a luta contra a crise climática não deve parar no país.
“Ainda que, sob a liderança de Donald Trump, o governo federal tenha colocado as ações relacionadas ao clima em segundo plano, os esforços para combater a mudança climática continuam sendo um compromisso nos EUA e continuarão com confiança,” disse Podesta, em coletiva de imprensa aos jornalistas na tarde desta segunda-feira (11) durante a COP29 em Baku, no Azerbaijão.
Segundo o líder da delegação americana, é fato que o próximo governo tentará fazer uma reviravolta e retroceder em conquistas e o resultado das eleições foi "amargamente decepcionante" para o clima. Ele também destacou que a mudança climática "é questão de vida ou morte” e alertou que as pessoas devem acreditar quando Trump diz irá desmontar a luta contra o aquecimento global.
Pela segunda vez, um dos retrocessos seria uma possível retirada dos EUA do Acordo de Paris -- que limita o aquecimento a 1,5ºC de temperatura -- um sinal vindo do novo presidente, e justamente do país que é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Trump também se mostrou favorável aos combustíveis fósseis e à desregulamentação do setor de energia. Mesmo assim, “isso não é o fim da nossa luta por um planeta mais limpo e seguro,” afirmou Podesta.
O representante da delegação americana também afirmou que entre as prioridades do país nas negociações climáticas está a garantia de planos de mitigação para gases de efeito estufa, incluindo o poluente gás metano. Nesta terça-feira (12), o tema será palco de uma mesa com a China e o Azerbaijão.
Segundo Podesta, outro foco será em alcançar um acordo global sobre o mercado de carbono e investir cada vez mais em transição energética. O financiamento climático, pauta central nesta COP, também "seria um trabalho muito importante para que as economias tenham acesso a recursos por meio de países ricos", disse.
Quando questinado sobre os EUA perderem relevância na Conferência do Clima após as eleições, Podesta reiterou que devem continuar com dedicação e atuando conjuntamente com outros países, avançando na regulação do mercado de carbono e visando triplicar as energias renováveis.
“A COP29 é uma oportunidade crucial para solidificar nosso progresso, manter a meta de 1,5 graus viva, acelerar o progresso na redução de todos os gases de efeito estufa e, talvez mais importante, fortalecer a cooperação global em adaptação e financiamento. Estamos aqui para trabalhar e estamos comprometidos em alcançar um resultado bem-sucedido", disse.