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China pode autorizar mais algodão importado por veto a Xinjiang

O governo chinês poderia autorizar outro lote de cotas de importação em breve para atender à crescente demanda global por têxteis

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Publicado em 24 de junho de 2021 às 13h56.

A China pode permitir mais importações de algodão do que o normal neste ano, depois que o veto dos Estados Unidos à fibra de Xinjiang levou alguns varejistas ocidentais a evitarem o material produzido na polêmica região.

O governo chinês poderia autorizar outro lote de cotas de importação em breve para atender à crescente demanda global por têxteis, depois de permitir a liberação de 700 mil toneladas no mês passado, disse Xu Yaguang, analista da Huatai Futures. A China autorizou uma cota de apenas 400 mil toneladas em 2020.

O governo americano proibiu a entrada de todos os produtos que usam algodão de Xinjiang no início do ano devido aos supostos maus-tratos à minoria muçulmana uigur na China. A varejista de roupas H&M também se recusou a usar algodão da região, que responde por cerca de 80% da produção chinesa e 20% da oferta mundial da fibra.

O governo Biden aumenta a pressão sobre a China devido às preocupações sobre Xinjiang, onde grupos de defesa e um painel de especialistas das Nações Unidas afirmam que os uigures têm sido submetidos a detenções arbitrárias em massa e trabalho forçado. Os EUA também estudam banir alguns produtos de energia solar fabricados na região, segundo várias pessoas a par do assunto.

As importações de algodão já aumentaram depois da proibição dos EUA, segundo dados alfandegários. Os embarques com destino ao mercado chinês somaram, em média, cerca de 275 mil toneladas por mês em 2021, em comparação com 179 mil toneladas no ano passado e 154 mil toneladas em 2019.

Xu, da Huatai Futures, disse que o próximo lote de cotas de importação provavelmente será menor do que as 700 mil toneladas do mês passado. A China também autoriza uma cota de 890 mil toneladas para a compra de algodão com tarifas baixas anualmente, por isso os próximos lotes seriam extras. O país autorizou 800 mil toneladas em cotas adicionais em 2019 antes do abalo causado pela Covid-19 na economia global.

O potencial de maiores importações de algodão coincide com a retomada da economia global, que aumenta a demanda por vestuário. A oferta internacional também foi atingida pelo clima mais frio do que o normal em Xinjiang e seca em outros produtores importantes, como Brasil e Índia. Os contratos futuros de algodão subiram 44% nos últimos 12 meses.

O governo poderia autorizar ainda mais cotas no final do ano se mais pedidos de exportação de têxteis forem desviados da Índia para a China, disse Mao Chengsheng, analista da Chaos Ternary Futures. Além das cotas extras, o governo de Pequim poderá em breve realizar sua venda anual de algodão das reservas estatais, disse Wang Qianjin, analista sênior da Shanghai International Cotton Exchange. O governo vendeu 500 mil toneladas de algodão na primeira oferta desse tipo em julho passado.

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