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Calor infernal? Não. Chegamos à beira do abismo, alerta a ONU

A década que terminou em 2023 foi a mais quente desde que começaram os registros; as geleiras sofreram perdas recordes e houve um aumento sem precedentes do nível do mar

Riscos: com altas temperaturas, população do planeta sofre os efeitos das mudanças climáticas (Getty Images)

Riscos: com altas temperaturas, população do planeta sofre os efeitos das mudanças climáticas (Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 19 de março de 2024 às 12h12.

Última atualização em 19 de março de 2024 às 12h29.

Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta terça-feira, 19, confirmou os dados preliminares que mostram que 2023 estabeleceu níveis de calor sem precedentes desde o início dos registros.

A mesma agência da ONU, com sede em Genebra, também observou que a década que terminou em 2023 foi a mais quente desde o início das medições.

Além disso, houve vários recordes de níveis de gases de efeito estufa (GEE), temperaturas da superfície, temperatura e aumento do nível do mar e derretimento das geleiras. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que este relatório mostra que o planeta "está à beira do abismo".

O ano de 2023 foi o mais quente dos 174 anos já registrados e a temperatura média global perto da superfície foi 1,45°C acima da média da era pré-industrial, de acordo com a OMM.

A secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, a argentina Celeste Saulo, indicou que o mundo nunca esteve tão perto, ainda que de forma temporária, do limite inferior de 1,5°C do Acordo de Paris de 2015 sobre a mudança climática.

"A mudança climática vai muito além das temperaturas. O que presenciamos em 2023, especialmente em relação ao aquecimento dos oceanos, ao derretimento das geleiras e à perda sem precedentes do gelo marinho da Antártica, é particularmente preocupante", disse Saulo.

Alerta vermelho

Para Saulo, "a crise climática é o desafio essencial que a humanidade enfrenta" e este relatório constitui um "alerta vermelho".

Um indicador que a OMM considerou especialmente preocupante para o final de 2023 é que 90% dos oceanos sofreram ondas de calor em algum momento do ano.

Da mesma forma, o conjunto global de geleiras de referência sofreu a maior perda de gelo registrada desde 1950, e a extensão do gelo marinho antártico foi a menor das medições.

Aumento do nível do mar

Outro fator preocupante é que o aquecimento contínuo dos oceanos, que dilata o volume de água, combinado ao derretimento das geleiras, levou em 2023 a um aumento do nível do mar recorde desde que os registros de satélite começaram, em 1993.

A OMM destacou que nos últimos dez anos a taxa de aumento do nível médio do mar em todo o mundo foi mais que o dobro da primeira década em que este indicador começou a ser medido.

A organização indicou que estas mudanças geram fenômenos climáticos extremos, como secas e enchentes, que têm graves repercussões para a população mundial e provocam deslocamentos populacionais, perda de biodiversidade e insegurança alimentar.

Transição energética

De acordo com o relatório da OMM, o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda no mundo aumentou de 149 milhões antes da pandemia de Covid-19 para 333 milhões de pessoas em 2023.

Em uma nota positiva, a agência da ONU observou que há "uma transição energética substancial em curso" e que no ano passado a capacidade de incorporar energias renováveis aumentou 50% em relação a 2022.

Para Guterres, ainda existe uma oportunidade de manter o aumento da temperatura do planeta a longo prazo abaixo do limite de 1,5ºC para "evitar o pior do caos climático". "Nós sabemos como fazer isso", disse ele.

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