BKR faz programa de formação de mulheres negras para a liderança (Carolina Midori De Lucca/ BRK/Reprodução)
Marina Filippe
Publicado em 25 de maio de 2022 às 08h00.
Última atualização em 25 de maio de 2022 às 09h34.
Desde o Marco Legal do Saneamento, em 2020, a empresa de saneamento básico BRK, tem visto a aceleração das obras e, consequentemente, o aumento das contratações. Neste cenário, viu-se uma oportunidade para formar um time diverso em todos os níveis hierárquicos.
“Somos em 6.500 funcionários de um setor com crescimento acelerado. Para se ter ideia, a BRK contratou 1.275 pessoas ano passado, e 600 no ano anterior. Só em uma operação em Maceió, no ano passado, foram quase 500 contratações, olhando especialmente para formação de liderança a partir de quem já trabalha na companhia, além da contratação de funcionários daquela região”, diz Livia Borela, diretora de recursos humanos da BRK.
Segundo a executiva, internamente há, por exemplo, um trabalho de aceleração de mulheres negras para cargos de liderança. Até o momento duas edições de um programa foram realizadas para que elas passassem por mentoria e acompanhamento de carreira pelo grupo Mulheres do Brasil.
Das 40 participantes, 30% delas foram promovidas. “As mulheres tomaram consciência de suas carreiras e de como estavam prontas para aceitar novos desafios. Para isto, foi importante também envolver os líderes delas em seis momentos de conversa durante três meses”.
Para além do trabalho com a liderança, foi percebida a mudança também no programa de estágio. “A partir do momento em que a liderança começa a entender a importância da diversidade, alguns indicadores mudam. Conseguimos 19% de negros em 2019, e no ano seguinte chegamos a 59%”.
De acordo com Borela, para garantir a equidade no processo de contratação de profissionais, a companhia conta com a Norma de Recrutamento e Seleção, composta por diretrizes que ajudam a combater a discriminação e garante oportunidades iguais para todos. “Além disso, há a formação constante em temas como vieses inconscientes, que incentivam os funcionários a entenderem situações que podem barrar a carreira de outros por diferentes características”.
A companhia também busca gerar renda e formar pessoas da regiões em que atua. Um dos destaques é um programa de capacitação iniciado em 2020, nas quais 50 mulheres refugiadas se formaram encanadoras, sendo 12 delas contratadas pela BRK e as demais incentivadas a trabalharem em outras empresas do setor. O programa é realizado em parceria também com a Foxtime e o Senai e tem apoio da Rede Brasil do Pacto Global.
Desde 2020, a BRK trabalha com o modelo de comitê de diversidade. Ao todo são quatro grupos: para questões de gênero, raça, LGBTI+ e pessoa com deficiência. Os grupos se reúnem de modo voluntário, mas são encorajados pela CEO Teresa Vernaglia.
Além disso, há um comitê formado pela alta liderança que acompanha os passos dos grupos, mede os resultados e define metas como contratar 40% de mulheres em cargos de liderança e ter um 30% de mulheres no quadro geral até 2024. Ou ainda aumentar a presença de negros na liderança de 34% para 40% até 2025.
“Os grupos são importantes para avançarmos e termos ideias. Por exemplo, por causa do grupo de pessoas com deficiência conseguimos formar pelo menos um atendente de todas as lojas em Língua Brasileira de Sinas, somando 80 pessoas”.
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