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O Brasil deverá acrescentar mais de 10 GW de geração solar fotovoltaica ainda este ano e atingir a capacidade instalada acumulada de 34 GW na fonte (Divulgação)
CEO da GDSUN
Publicado em 10 de junho de 2023 às 08h00.
O Brasil é, atualmente, o oitavo maior gerador de energia solar no mundo e o terceiro colocado no ranking mundial de geração renovável pela Agência Internacional de Energia Renovável, Irena, que afirma que o setor de energia no país deve continuar crescendo exponencialmente durante toda a década. Dentro desse arcabouço, as fontes solar e eólica contribuíram para 90% do aumento da capacidade de geração renovável global, em 2022.
A expectativa é que, apenas em 2023, a fonte solar fotovoltaica gere mais de 300 mil novos empregos e atraia mais de R$50 bilhões em investimentos só para o mercado brasileiro, segundo projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Mas será que o mercado de trabalho está preparado para atender essa demanda?
O Brasil deverá acrescentar mais de 10 GW de geração solar fotovoltaica ainda este ano e atingir a capacidade instalada acumulada de 34 GW na fonte. O desempenho representa um crescimento acima de 50%, em relação à potência atual, e certamente será o melhor ano da história do setor no País.
Diante desse cenário, um desafio inversamente proporcional é encontrar profissionais para atuar em diversas funções, entre as quais, as interligadas à Engenharia serão as mais demandadas. A inovação tecnológica e a necessidade de desenvolver diferentes capacidades e habilidades não é uma exclusividade do mercado de energia solar. Todas as energias renováveis trazem para os profissionais do setor desafios que precisam ser observados com atenção.
Além de se adaptar às novas tecnologias e à nova demanda do setor elétrico, esse “profissional do futuro-presente”, precisa estar alinhado aos valores e práticas do movimento ESG - a sigla em inglês para sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, que está guiando as empresas e a sociedade no sentido de criar um mundo mais sustentável e saudável para a humanidade.
Por isso, o profissional que o mercado está buscando deve ter um perfil inovador que contemple uma visão holística e tenha um olhar amplo sobre os impactos positivos e negativos intrínsecos ao desenvolvimento do setor de energias renováveis, onde a energia solar é um dos maiores players.
Para atender a esse perfil, os jovens engenheiros devem sair das universidades melhor preparados para este ambiente inovador da energia renovável. Neste sentido, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de engenharia, em implementação pelas universidades desde 2021, já trazem na grade curricular mais flexibilidade para incorporar disciplinas ligadas à inovação e sustentabilidade, com um olhar transversal e multidisciplinar de aprendizado por projetos.
Já para a geração que está atuando no mercado de energia elétrica há vários anos, o profissional deve buscar desenvolver habilidades multidisciplinares. O ambiente de evolução do setor requer uma sinergia com a transformação tecnológica imposta a toda a sociedade e às empresas. Por exemplo, ter capacidade de ligar pontos que gerem oportunidades e fazer correlações entre modelos de negócios é uma chave para acompanhar o mercado.
Além disso, entender como setores altamente regulados passaram por transformações, como Telecom, entre outros, é mandatório para a sobrevivência de qualquer profissional que atue no setor de energia, que está em plena revolução. Ou seja, habilidades como a capacidade de adaptação, de traçar cenários e testar alternativas estão na esteira da evolução de quem quer trabalhar em qualquer área e mais ainda no mercado de energias renováveis.
Fato é que o mundo evoluiu para um contexto de multidisciplinaridade altamente complexo, com desequilíbrios socioeconômicos profundos que impulsionam a necessidade de superar carências históricas. Esse cenário, potencializado por um enorme fluxo de informações instantâneas gerado por inovações tecnológicas incessantes, impõe um novo olhar para a engenharia, por ser um segmento de tendências historicamente conservadoras.