(ANGELA WEISS/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 7 de junho de 2021 às 17h23.
Por Isis Almeida e Alastair Marsh, da Bloomberg
A unidade de gestão de ativos do BNP Paribas criou um fundo para apostar em empresas que ajudem a restaurar os ecossistemas do planeta, juntando-se a outras gestoras de recursos que intensificam os esforços em prol da biodiversidade.
A nova incursão começará com 100 milhões de euros (US$ 122 milhões) em ativos e será administrada por Ulrik Fugmann e Edward Lees, codiretores do grupo de estratégias ambientais da divisão. Os recursos serão usados para investir em empresas que desenvolvem soluções em áreas como controle da poluição da água, plásticos sustentáveis, proteínas alternativas, reciclagem e edifícios verdes.
Investidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental e social do capital, levando gestores de fundos a buscarem alternativas para reduzir sua pegada no aquecimento global e na degradação do planeta. Os outros dois fundos de Fugmann e Lees estão focados em estratégias para reduzir as emissões, mas a dupla agora faz parte de um grupo crescente que busca entender como o financiamento pode ajudar a restaurar a biodiversidade.
“Isso é impulsionado pela gravidade dos problemas que vemos nesse campo, sejam manchetes sobre biodiversidade, extinção de espécies ou problemas de água”, disse Lees em entrevista por vídeo. “Claramente, temos muitos problemas urgentes além da descarbonização.”
Um número recorde de espécies de animais e plantas está ameaçado de extinção e 75% das terras do planeta foram “gravemente alteradas” pela atividade humana, como desmatamento e expansão urbana. Os esforços para restaurar oceanos, solo e áreas urbanas exigirão investimentos de US$ 22 trilhões na próxima década, de acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial.
O fundo Ecosystem Restoration do BNP seguirá a estratégia de carteira tradicional com 40% de títulos e 60% de ações, disse a BNP Paribas Asset Management em comunicado. Também estará envolvido em ofertas primárias, incluindo IPOs, fornecendo capital a equipes de gestão para acelerar seus negócios em vez de apenas comprar ações no mercado secundário, disse Lees.
O novo fundo tem espaço para crescer, disse Lees, acrescentando que o fundo Energy Transition que ele administra com Fugmann cresceu para mais de 3 bilhões de euros em relação aos 100 milhões de euros quando foi lançado em setembro de 2019. O fundo Environmental Absolute Return Thematic da unidade, que aposta contra empresas que não buscam se tornar mais verdes, passou de apenas US$ 70 milhões no lançamento em julho para cerca de US$ 500 milhões.
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