Toffoli diz que é preciso ‘virar a página’ em relação à segurança das urnas
Ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou que a urna eletrônica é segura e debateu a judicialização da política em seminário da Esfera Brasil
Esfera Brasil
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 09h00.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli afirmou que é preciso “virar a página” na questão da segurança das urnas. “A urna é segura. É um orgulho para a nação brasileira. Acho uma perda de tempo ficarmos nessa discussão. Sou favorável à transparência total – que tem sido dada. Quem decide eleição não é o TSE. É o povo, soberanamente.”
A declaração foi dada no seminário o "O Equilíbrio dos Poderes", realizado pela Esfera Brasil, em que ele debateu a relação entre os Três Poderes ao lado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e dos presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD) e Arthur Lira (PP), respectivamente.
Toffoli lembrou que acompanhou o processo de criação das urnas eletrônicas – que o processo foi conduzido por cinco técnicos, de patente militar, formados no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Não se pode deixar o ódio e a intransigência entrarem na sociedade brasileira, afirmou Toffoli. “Muitas vezes fala-se no Centrão como algo maléfico. Ainda bem que temos um Centrão que transita entre os extremos e não prega ódio. Não podemos criar as desavenças que surgiram em países vizinhos.”
O ministro do STF destacou a judicialização das disputas na sociedade brasileira: “Não há respeitabilidade aos setores da sociedade e fica parecendo que para tudo é preciso haver um trânsito em julgado. Temos que refletir sobre essa cultura de litigiosidade e tirar o ódio de dentro de nós e de nossa sociedade”.
O senador Rodrigo Pacheco falou sobre a judicialização da política pela própria política: “Eventualmente, numa discussão no Congresso, há quase sempre uma discussão dos insatisfeitos no âmbito do STF. E assim é nas Câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas. Infelizmente esse é um fenômeno que existe e precisa ser contido, e colocar o STF na discussão dos grandes temas nacionais”.