Vendas no varejo têm em março a maior queda em 14 anos
Na comparação com mesmo período do ano passado, a queda nas vendas foi de 4,0 por cento em março
Reuters
Publicado em 11 de maio de 2017 às 09h11.
Última atualização em 11 de maio de 2017 às 10h01.
São Paulo - O varejo do Brasil registrou em março a maior queda em 14 anos, muito pior que o esperado e pressionado pela perda acentuada nas vendas do setor de supermercados em meio ao cenário de desemprego alto, mais um sinal de que a atividade econômica tem sofrido para mostrar recuperação mais consistente.
As vendas no varejo do país recuaram 1,9 por cento em março sobre fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, pior resultado mensal desde março de 2003 (-2,5 por cento). Na comparação com mesmo período do ano passado, a queda foi de 4,0 por cento, completando dois anos de perdas contínuas nesta comparação.
Com isso, o comércio varejista acumulou queda de 3,0 por cento no primeiro trimestre de 2017, quando comparado com o mesmo período de 2016, e de 5,3 por cento nos últimos 12 meses.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de queda de 0,6 por cento na comparação mensal e de recuo de 1,8 por cento sobre um ano antes.
"A conjuntura ecônomica justifica esse momento do comércio", resumiu o economista e diretor do IBGE, Roberto Olinto.
O IBGE apontou que o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem peso importante no consumo das famílias, acelerou a queda a 6,2 por cento em março, ante 1,7 por cento em fevereiro.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, recuou 2 por cento, refletindo o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou queda de 0,1 por cento no volume de vendas ante fevereiro.
Mesmo com a inflação em trajetória de queda e a redução na taxa de juros promovida pelo Banco Central, o consumo ainda vem sofrendo muito com o desemprego alto, com mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho no final do primeiro trimestre.
No mês passado, o IBGE divulgou que atualizou as ponderações dos setores e passou a usar 2014 como base para a pesquisa, contra 2011 anteriormente.