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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.
As vendas no comércio varejista acumulam queda no ano de 5,57% na comparação com o primeiro semestre do ano passado, revela pesquisa do IBGE. O resultado semestral é o pior desempenho dos cinco semestres que compõem a série de resultados da Pesquisa Mensal de Comércio do órgão. A pesquisa mostra que o consumidor está cortando o consumo de produtos básicos, como alimentos e bebidas, já que o setor de super e hipermercados tiveram a maior queda em vendas: -8,27% em junho.
Apenas em junho de 2003, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 5,37% em relação a junho de 2002. É o sétimo mês consecutivo de baixa nas vendas do varejo, num processo iniciado em novembro do ano passado e que não conseguiu se recuperar nem em dezembro, com o Natal, nem em maio, com o Dia das Mães, tradicionalmente os meses mais fortes do comércio varejista. Apesar da forte queda, analistas do mercado chegaram a prever que o mês de junho poderia atingir uma baixa de até 7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, o mês de junho ainda não consegue refletir a redução das taxas de juros. Mais de 60% da queda do varejo nacional, em junho, deveram-se aos resultados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os dois Estados de maior participação na receita do setor vêm registrando quedas sucessivas ao longo de 2003. No primeiro semestre, o varejo do Rio de Janeiro acumulou queda de 8,47% e o de São Paulo, queda de 5,24%.
O acumulado dos últimos 12 meses foi pior em junho (-2,95%) do que em maio (-2,68%). Já a receita nominal de vendas cresceu 14,96% sobre junho de 2002. A taxa é muito próxima à de maio (15,25%). Nos acumulados do primeiro semestre de 2003 e dos últimos 12 meses houve crescimento de 15,24% e 12,15%, respectivamente.
Todas as cinco atividades que compõem o indicador geral do varejo caíram em volume de vendas na comparação junho 2003/junho 2002. O pior desempenho coube mais uma vez a Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 8,27%. Em seguida, vieram Móveis e eletrodomésticos (-4,73%); Tecidos, vestuário e calçados (-4,65%); Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-2,24%); e Combustíveis e lubrificantes (-0,69%).
O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo agravou seu desempenho em junho. Os -8,27% de queda este mês explicam mais de 70% dos -5,37% de variação mensal do setor varejista. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o segmento responde pela segunda maior queda do varejo, com -6,63% e de -4,58%, respectivamente. O grupo obteve seu pior desempenho semestral no primeiro semestre de 2003. (Tabela 2).
O ramo específico de Hipermercados e supermercados (-8,02), em junho, ditou o desempenho do grupo. No indicador acumulado no ano, registrou queda de -6,04%, e nos últimos 12 meses, -4,02%.
BRASIL - Indicadores de desempenho do comércio varejista, segundo grupos de atividades PMC | ||||||||||||
ATIVIDADES | VOLUME DE VENDAS | RECEITA NOMINAL DE VENDAS | ||||||||||
ÍNDICADOR MENSAL | ACUMULADO | ÍNDICADOR MENSAL | ACUMULADO | |||||||||
Taxa de Variação | Comp.da taxa | Taxa de Variação | Taxa de Variação | Comp.da taxa | Taxa de Variação | |||||||
ABR | MAI | JUN | NO ANO | 12 MESES | ABR | MAI | JUN | NO ANO | 12 MESES | |||
COMÉRCIO VAREJISTA* | -3,70 | -6,27 | -5,37 | -5,37 | -5,57 | -2,95 | 18,57 | 15,25 | 14,96 | 14,96 | 15,24 | 12,15 |
1 - Combust. e lubrif. | -6,58 | -2,12 | -0,69 | -0,08 | -4,70 | 1,59 | 25,71 | 27,29 | 21,19 | 2,53 | 29,66 | 21,15 |
2 - Hiper, super, prods. alim., bebidas e fumo | -0,98 | -6,65 | -8,27 | -3,88 | -6,63 | -4,58 | 24,74 | 18,92 | 16,36 | 7,68 | 16,44 | 12,62 |
2.1 - Super e hiper | -0,31 | -6,10 | -8,02 | - | -6,04 | -4,02 | 25,67 | 19,64 | 16,67 | - | 17,18 | 13,32 |
3 - Tecidos, vest. e calç. | -0,29 | -11,33 | -4,65 | -0,47 | -3,40 | -0,91 | 10,12 | -1,69 | 5,98 | 0,60 | 6,48 | 7,85 |
4 - Móveis e eletrod. | -16,22 | -10,70 | -4,73 | -0,47 | -10,40 | -6,11 | -0,87 | 4,93 | 12,04 | 1,19 | 4,67 | 6,28 |
5 - Demais arts.de uso pessoal e doméstico | -3,30 | -2,97 | -2,24 | -0,47 | -2,23 | -1,25 | 13,12 | 13,46 | 13,69 | 2,89 | 12,67 | 10,52 |
6 - Veíc., motos, partes.. | -21,26 | -11,90 | -4,44 | - | -11,65 | -11,70 | -16,68 | -6,38 | 2,09 | - | -6,49 | -8,20 |
O segundo maior impacto negativo continuou com a atividade de Tecidos, vestuário e calçados (-4,65%), apesar da melhora em relação a maio (-11,33%). No primeiro semestre de 2003, o segmento acumulou queda de 3,40%, resultado melhor que os -4,06% do primeiro semestre de 2002. A queda acumulada nos últimos 12 meses foi de 0,91%.
A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com -4,73% em junho, encerra o semestre com o pior desempenho acumulado do varejo: -10,40% no acumulado no ano e -6,11% no acumulado dos últimos 12 meses. A queda deste primeiro semestre superou mesmo a do segundo semestre de 2001 (-5,06%), período em que a atividade foi bastante afetada pelo racionamento no consumo de energia elétrica.
O grupo Demais artigos de uso pessoal e doméstico, com queda de 2,24% em junho, foi o que menos se retraiu no primeiro semestre (-2,23%). O acumulado nos últimos 12 meses foi de -1,25%.
Combustíveis e lubrificantes foi o segmento de melhor desempenho relativo no mês de junho (-0,69%). É também a única atividade a registrar crescimento no acumulado de 12 meses (1,59%). O acumulado do ano ficou em -4,70%.
A atividade de Veículos e motos, partes e peças teve queda menor em junho (-4,44%) do que em maio (-11,90%). Mesmo assim os indicadores acumulados apresentam quadro fortemente negativo, com -11,65% no primeiro semestre e -11,70% nos últimos 12 meses.
Apenas três Estados tiveram aumento no volume de vendas do varejo em junho: Rondônia (1,65%), Mato Grosso (0,58%) e Pará (0,52%). As maiores pressões negativas foram de São Paulo (-5,44%), Rio de Janeiro (-7,22%), Rio Grande do Sul (-5,88%), Minas Gerais (-3,23%) e Bahia (-5,57%).
No semestre, São Paulo apresenta como resultados setoriais: -14,80% em Móveis e eletrodomésticos; -7,58% para Combustíveis e lubrificantes; -4,94% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -3,30% em Demais artigos de uso pessoal e doméstico; e -1,39% para Tecidos, vestuário e tecidos. No Rio de Janeiro, as variações no semestre foram de -13,82% para Móveis e eletrodomésticos; -13,38% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -11,06% em Tecidos, vestuário e calçados; -4,11% para Combustíveis e lubrificantes; 1,31% para Demais artigos de uso pessoal e doméstico.