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Vendas no varejo brasileiro caem 0,5% em março

Na comparação com o mesmo mês de 2013, as vendas caíram 1,1%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Comércio: vendas varejistas no país foram perdendo força ao longo dos 3 primeiros meses do ano (REUTERS/Sergio Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 15h57.

As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 0,5% em março na comparação com o mês anterior, primeira queda no ano, indicando perda na força do consumo no final do primeiro trimestre do ano em meio à inflação elevada.

Na comparação com o mesmo mês de 2013, as vendas caíram 1,1%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), retração anual mais aguda para março desde 2003 (-11,4%).

No acumulado do trimestre passado, as vendas cresceram 0,4% sobre o quarto trimestre de 2013, quando a expansão havia sido de 1,1% sobre o período anterior.

Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam avanço de 0,1% tanto na comparação mensal quanto na anual.

As vendas varejistas no país foram perdendo força ao longo dos três primeiros meses do ano, depois de terem avançado 0,4% em janeiro e estagnado em fevereiro, este último dado revisado pelo IBGE após divulgar alta de 0,2%.

"As vendas no varejo confirma desaceleração do consumo no primeiro trimestre do ano... reforçando a expectativa de desaceleração gradual do consumo ao longo de 2014", destacou o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em nota.

De acordo com o IBGE, o calendário influenciou diretamente no resultado das vendas, somando-se à economia mais morna, ao crédito mais restrito e aos preços em alta.

"Em março tivemos dois efeitos: o Carnaval e menos dias úteis. Além disso, a Páscoa em 2013 foi em março e esse é um período de vendas fortes. A base era mais forte", destacou a economista do IBGE Aleciana Gusmão.

Inflação e supermercados

Cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda na comparação mensal, sendo a principal influência negativa a queda 1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

Essa queda acontece diante de preços em patamares elevados.

Em março, o IPCA teve o maior avanço para esses meses ao subir 0,92% por conta dos alimentos e transportes, desacelerando a 0,67 em abril, mas ainda permanecendo acima de 6% em 12 meses.

As expectativas sobre os preços continuam deterioradas, apontando para este ano acima de 6% na inflação oficial, perto do teto da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O IBGE informou ainda que a receita nominal do varejo subiu 0,5% em março sobre fevereiro e avançou 4,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, teve queda de 1,2% em março na comparação mensal, e de 5,7% ante o ano anterior.

As vendas de Veículos, motos, peças e partes recuaram 0,6% ante fevereiro, mas sobre um ano antes caíram 16%, recuo mais intenso desde novembro de 2008 (-20,3%).

Isso ocorreu, segundo o IBGE, devido ao IPI mais alto dos veículos neste período.

A perda de força no varejo brasileiro ocorre em meio ao cenário de juros mais altos, o que acaba encarecendo e limitando o crédito, além de abalar a confiança do consumidor.

"Os resultados preliminares a respeito da Páscoa e do Dia das Mães indicam que essa moderação deve continuar sendo observada nos próximos resultados, ao mesmo tempo em que as primeiras sinalizações a respeito do desempenho das vendas por conta da Copa são desanimadores", escreveu a equipe de economistas da Rosenberg & Associados, em nota.

Há um ano o Banco Central vem elevando os juros básicos da economia, hoje a 11%, para segurar a escalada dos preços. Mas já deu indicações de que deve optar pela manutenção da Selic na reunião deste mês, movimento que ganha força com o enfraquecimento das vendas varejistas.

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As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 0,5% em março na comparação com o mês anterior, primeira queda no ano, indicando perda na força do consumo no final do primeiro trimestre do ano em meio à inflação elevada.

Na comparação com o mesmo mês de 2013, as vendas caíram 1,1%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), retração anual mais aguda para março desde 2003 (-11,4%).

No acumulado do trimestre passado, as vendas cresceram 0,4% sobre o quarto trimestre de 2013, quando a expansão havia sido de 1,1% sobre o período anterior.

Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam avanço de 0,1% tanto na comparação mensal quanto na anual.

As vendas varejistas no país foram perdendo força ao longo dos três primeiros meses do ano, depois de terem avançado 0,4% em janeiro e estagnado em fevereiro, este último dado revisado pelo IBGE após divulgar alta de 0,2%.

"As vendas no varejo confirma desaceleração do consumo no primeiro trimestre do ano... reforçando a expectativa de desaceleração gradual do consumo ao longo de 2014", destacou o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em nota.

De acordo com o IBGE, o calendário influenciou diretamente no resultado das vendas, somando-se à economia mais morna, ao crédito mais restrito e aos preços em alta.

"Em março tivemos dois efeitos: o Carnaval e menos dias úteis. Além disso, a Páscoa em 2013 foi em março e esse é um período de vendas fortes. A base era mais forte", destacou a economista do IBGE Aleciana Gusmão.

Inflação e supermercados

Cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda na comparação mensal, sendo a principal influência negativa a queda 1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

Essa queda acontece diante de preços em patamares elevados.

Em março, o IPCA teve o maior avanço para esses meses ao subir 0,92% por conta dos alimentos e transportes, desacelerando a 0,67 em abril, mas ainda permanecendo acima de 6% em 12 meses.

As expectativas sobre os preços continuam deterioradas, apontando para este ano acima de 6% na inflação oficial, perto do teto da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O IBGE informou ainda que a receita nominal do varejo subiu 0,5% em março sobre fevereiro e avançou 4,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, teve queda de 1,2% em março na comparação mensal, e de 5,7% ante o ano anterior.

As vendas de Veículos, motos, peças e partes recuaram 0,6% ante fevereiro, mas sobre um ano antes caíram 16%, recuo mais intenso desde novembro de 2008 (-20,3%).

Isso ocorreu, segundo o IBGE, devido ao IPI mais alto dos veículos neste período.

A perda de força no varejo brasileiro ocorre em meio ao cenário de juros mais altos, o que acaba encarecendo e limitando o crédito, além de abalar a confiança do consumidor.

"Os resultados preliminares a respeito da Páscoa e do Dia das Mães indicam que essa moderação deve continuar sendo observada nos próximos resultados, ao mesmo tempo em que as primeiras sinalizações a respeito do desempenho das vendas por conta da Copa são desanimadores", escreveu a equipe de economistas da Rosenberg & Associados, em nota.

Há um ano o Banco Central vem elevando os juros básicos da economia, hoje a 11%, para segurar a escalada dos preços. Mas já deu indicações de que deve optar pela manutenção da Selic na reunião deste mês, movimento que ganha força com o enfraquecimento das vendas varejistas.

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