Vendas de veículos em 2018 devem crescer mais do que este ano
Expectativa vem após a Anfavea elevar a estimativa de crescimento das vendas em 2017 para 7,3 por cento
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 11h08.
Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 13h16.
São Paulo - A indústria automobilística está em recuperação e vai acelerar o ritmo de crescimento no ano que vem, estimou nesta terça-feira, 19, Antonio Megale, presidente da Anfavea, entidade que abriga as montadoras instaladas no País.
Ao participar de fórum promovido pela revista Quatro Rodas, Megale evitou antecipar números sobre o desempenho do setor em 2018, o que só deve ser feito pela Anfavea em janeiro. Mas disse que o crescimento do mercado deverá ser superior ao deste ano, quando as previsões da entidade apontam a um avanço de 7,3% das vendas de veículos .
Revelando confiança num aumento dos emplacamentos superior a 10%, o executivo assinalou que a tendência é que o setor volte a se aproximar de níveis próximos de dois dígitos de crescimento no próximo ano.
Megale citou indicadores econômicos como a queda dos juros, a redução do desemprego e o fim da recessão ao justificar sua visão de que o pior momento da crise ficou para trás. "Todos esses indicadores estão nos dando a confiança de que a retomada começou e que o fim da crise está próximo", comentou o presidente da Anfavea.
Após participar do fórum, ele disse que está chegando o momento de renovação da frota de carros comercializados em 2013, quando os brasileiros compraram mais de 3,7 milhões de veículos - 68% a mais do que o previsto a este ano - e observou que a economia vem se descolando da política, de forma que as eleições de 2018 não devem contaminar o ambiente de negócios.
Conforme o titular da Anfavea, o ritmo diário de vendas neste mês está superando em cerca de 5% a média de agosto: de 9,1 mil veículos por dia útil, a melhor média do ano. "Setembro não deve ultrapassar a marca de 10 mil veículos por dia, mas deve ficar acima de agosto", comentou Megale, ponderando, porém, que o total deste mês pode ficar abaixo de agosto por conta do calendário com menos dias de venda.
Megale disse que, dado o uso de veículo relativamente baixo - um veículo a cada cinco brasileiros -, o Brasil tem potencial de voltar a ser um dos cinco maiores mercados do mundo, mas levará muito tempo para recuperar os volumes vendidos antes da recessão. Em seu recorde, a indústria automobilística vendeu 3,8 milhões veículos em 2012. Nos quatro anos seguintes, esse número só caiu.
A noticia positiva, conforme Megale, é que a produção, embalada não só pela recuperação do consumo interno, mas também pelas exportações, deve ultrapassar a marca de 3 milhões de veículos em um ou dois anos, saindo de 2,7 milhões de unidades previstas para 2017. Essa retomada de atividade vai ajudar o setor a usar melhor sua capacidade instalada, que mostra hoje uma ociosidade ao redor de 50%.
Megale afirmou que as montadoras devem voltar a apresentar abertura de novas vagas de trabalho neste mês, após fechar agosto com a criação de 1,1 mil postos de trabalho.