Carro sendo abastecido com etanol (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2015 às 20h43.
São Paulo - As vendas de etanol hidratado no mercado brasileiro dispararam 52,6 por cento em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, para um novo recorde mensal, com os preços do biocombustível utilizado nos veículos flex mais competitivos frente aos da gasolina, que tem registrado queda no consumo este ano.
A comercialização de etanol hidratado somou 1,55 bilhão de litros, o maior volume já registrado em toda a série histórica que começou a ser divulgada em 2000, apontou nesta segunda-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), citando dados do órgão regulador (ANP).
A melhor marca anterior datava de dezembro de 2009, com 1,51 bilhão de litros, segundo nota da Unica.
No acumulado do ano, as vendas de etanol hidratado cresceram mais de 40 por cento, com o consumo do biocombustível refletindo o preço competitivo do renovável frente ao seu concorrente fóssil, a gasolina, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em comunicado.
"Em diversos Estados, a paridade de preços entre o etanol hidratado e a gasolina segue em patamares inferiores à relação técnica de 70 por cento do rendimento dos veículos. Chamo a atenção para São Paulo, onde a paridade ficou na casa dos 62 por cento e Mato Grosso com 60 por cento", afirmou Padua.
O consumo de etanol em Minas Gerais, beneficiado também por uma mudança tributária, saltou para 183 milhões de litros, ante 59,7 milhões no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a alta na demanda é de 118,5 por cento entre os mineiros.
GASOLINA E DIESEL EM BAIXA
Se o consumo de etanol hidratado está em alta, o de gasolina C registrou baixa de 6,2 por cento em julho, segundo dados da ANP divulgados na última sexta-feira. E no acumulado do ano o recuo é de 5,2 por cento, com a perda de mercado para o biocombustível.
Já o consumo de diesel recuou 4,35 por cento no mês passado, na comparação anual, e 2,8 por cento de janeiro a julho, com a atividade econômica mais fraca reduzindo a demanda pelo combustível mais usado no país.