Economia

Venda de supermercados tem pior desempenho desde 2006

Em novembro, as vendas dos supermercados tiveram retrocesso de 7,13 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado


	Carrinho de supermercado: "O consumidor tem migrado para marcas menos conhecidas"
 (Thinkstock)

Carrinho de supermercado: "O consumidor tem migrado para marcas menos conhecidas" (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 11h43.

São Paulo - As vendas reais dos supermercados brasileiros acumulam queda de 1,61 por cento até novembro na comparação com os primeiros 11 meses de 2014, na maior baixa desde novembro de 2006, quando houve recuo de 1,7 por cento em bases anuais, segundo dados da associação que representa o setor, a Abras.

Em novembro, as vendas dos supermercados tiveram retrocesso de 7,13 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto sobre outubro, a queda foi de 4,31 por cento.

O recuo reflete as dificuldades políticas e econômicas do país, disse a Abras.

"O alto nível de desemprego em novembro, da ordem de 7,5 por cento (contra 4,8 por cento no mesmo mês de 2014) fez com que o rendimento real do trabalhador apresentasse uma queda de 12,2 por cento em um ano, o que influenciou fortemente o resultado do setor", afirmou a associação em comunicado.

A previsão é que as vendas de dezembro não sejam suficientes para alterar a tendência de queda em 2015, mesmo com as festas de fim de ano, na opinião do analista de varejo da UM Investimentos, Aldo Moniz.

"Pode haver recuperação (em dezembro), mas não o suficiente para reverter essa tendência de queda (no ano)", disse Moniz.

Segundo ele, além da queda da atividade econômica e do aumento do desemprego, o setor sofre com a inflação dos alimentos, o que altera a cesta de consumo dos brasileiros.

"O consumidor tem migrado para marcas menos conhecidas" e mais baratas, lembrou.

Retomada da economia 

O vice-presidente da Abras, João Sanzovo Neto, declarou em comunicado que a expectativa é que no próximo ano, medidas importantes do ajuste fiscal sejam aprovadas e "finalmente comecemos a sair da crise e possamos retomar a trajetória do crescimento".

Já na opinião de Moniz, da UM Investimentos, o ano de 2016 será de estagnação, não de crescimento.

"A estagnação é vista como mais provável tanto para o primeiro trimestre como no segundo trimestre", declarou. "Não dá para ficar tanto tempo no fundo do poço", concluiu.

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