Biodiesel: Argentina representa dois terços das importações de biodiesel dos EUA, que totalizaram 916 milhões de galões em 2016 (Justin Sullivan/AFP)
Reuters
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 11h39.
As exportações argentinas de biodiesel perderão competitividade no mercado norte-americano, disse o principal órgão da indústria do país sul-americano, depois de os Estados Unidos terem decidido na terça-feira impor taxas mais altas para as importações do produto, sob argumento de que estaria sendo subsidiado.
A tarifa sobre o biodiesel da Argentina, feito de soja, pode chegar a 64,17 por cento, de acordo com uma declaração do Departamento de Comércio dos EUA.
Também devem ser impostas taxas de até 68,28 por cento às importações de biodiesel de óleo de palma da Indonésia.
"Qualquer tarifa maior que 15 por cento deixa o biodiesel argentino sem competitividade", disse uma fonte da indústria argentina de biocombustíveis.
A Argentina representa dois terços das importações de biodiesel dos EUA, que totalizaram 916 milhões de galões (3,5 bilhões de litros) em 2016, de acordo com dados do governo norte-americano. O consumo total de biodiesel nos EUA é de cerca de 2 bilhões de galões.
A decisão do Departamento de Comércio ocorre após o Conselho nacional de Biodiesel (NBB, na sigla em inglês) solicitar ao governo, em março, a imposição de taxas, alegando que as importações do produto argentino estavam abaixo do valor de mercado, prejudicando os produtores de biodiesel dos EUA.
A associação argentina de biodiesel Carbio, que representa produtores, incluindo Cargill [CARG.UL] e Louis Dreyfus [LOUDR.UL], negou a existência de subsídios nas exportações e classificou a decisão norte-americana de protecionismo.