Economia

Varoufakis revolta alemães ao falar sobre dívida grega

Segundo ministro das Finanças, "pessoas inteligentes" sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas


	Yanis Varoufakis: "pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas"
 (Yves Herman/Reuters)

Yanis Varoufakis: "pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas" (Yves Herman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2015 às 10h12.

Berlim - O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, descreveu seu país como o mais falido do mundo e disse que os líderes europeus sabiam que a Grécia nunca pagaria suas dívidas, em declarações ásperas que provocaram revolta na mídia alemã nesta terça-feira.

Um documentário sobre a crise de dívida grega na transmissora pública alemã ARD foi ao ar no mesmo dia em que ministros das Finanças da zona do euro se reuniram em Bruxelas para discutir se dão a Atenas mais fundos em troca de reformas.

"Pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas.

Mas eles agiram como se a Grécia não estivesse falida, como se ela apenas não tivesse recursos suficientes", disse Varoufakis no documentário.

"Nessa posição, dar ao mais falido dos Estados o maior crédito da história, como banqueiros corruptos de terceira classe, foi um crime contra a humanidade", disse Varoufakis de acordo com a tradução alemã de suas declarações.

Não estava claro quando o programa foi gravado.

Embora fortes críticas sobre a maneira como a Grécia esteja sendo tratada seja algo típico para Varoufakis, um economista marxista, as declarações provocaram revolta na Alemanha, onde eleitores e políticos estão cada vez mais relutantes a emprestar dinheiro à Grécia.

O jornal Bild publicou as declarações na primeira página e um editorial pedindo a líderes europeus que parem de dar à Grécia mais suporte financeiro.

"O governo grego está se comportando como se todos tivessem que dançar no seu ritmo. Mas é preciso haver um fim a essa loucura. A Europa não pode ser feita de estúpida", escreveu um comentarista.

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