Economia

Uso da capacidade instalada cai a menor nível desde 2009

Utilização da capacidade instalada na indústria brasileira caiu a 80,1% em junho em dados dessasonalizados


	Indústria brasileira: horas trabalhadas na produção diminuíram 3% em junho na comparação com o mês anterior
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Indústria brasileira: horas trabalhadas na produção diminuíram 3% em junho na comparação com o mês anterior (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h01.

Brasília - A utilização da capacidade instalada na indústria brasileira caiu a 80,1 por cento em junho em dados dessasonalizados e atingiu o menor nível desde abril de 2009, destacando a fase negativa vivida pelo setor.

Em maio, a capacidade instalada havia atingido 80,6 por cento, informou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI), acrescentando que o faturamento real dessazonalizado da indústria caiu 5,7 por cento em junho frente ao mês anterior.

As horas trabalhadas na produção diminuíram 3 por cento em junho na comparação com o mês anterior. Já o emprego retrocedeu em 0,5 por cento, enquanto a massa salarial recuou 0,8 por cento, ambos marcando o quarto mês seguido de perdas.

Segundo a CNI, a retração desses indicadores no mês é explicada em parte pela Copa do Mundo realizada no país em junho e julho, diante de interrupções da jornada de trabalho e queda nas vendas.

"Sem dúvida a Copa do Mundo tem algum efeito nos números mais fortes de retração da atividade. Todos os indicadores aprofundaram a tendência de queda no mês de junho", disse o gerente-executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Mas, ainda na comparação mensal, o rendimento médio real teve alta de 0,1 por cento, o que interrompeu três meses seguidos de queda.

No acumulado do primeiro semestre, o faturamento do setor industrial recuou 1 por cento frente a igual período de 2013, enquanto as horas trabalhadas na produção caíram 2,2 por cento.

Já o emprego industrial acumulou alta de 0,9 por cento entre janeiro e junho ante os seis primeiros meses de 2013, enquanto a massa salarial avançou 3,8 por cento, segundo a CNI.

A produção industrial brasileira medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou 1,4 por cento em junho, marcando o quarto mês seguido de queda na pior série de perdas desde 2010. Os indicadores fracos e a dificuldade da indústria em reagir levaram recentemente a CNI a piorar suas estimativas econômicas, prevendo para este ano retração de 0,5 por cento para a indústria. Em 2013, a indústria havia crescido 1,7 por cento. Em 2012, a indústria teve queda de 0,8 por cento na produção.

Economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central veem um cenário ainda pior, estimando retração de 1,53 por cento da produção industrial neste ano e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,86 por cento.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da Indústriaeconomia-brasileira

Mais de Economia

Brasil é 'referência mundial' em regulação financeira, diz organizador de evento paralelo do G20

Governo teme “efeito cascata” no funcionalismo se Congresso aprovar PEC do BC

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Mais na Exame