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Unica estima redução de até 50 mi t na safra atual de cana

Segundo Unica, moagem do centro-sul deve cair por influência da seca que afetou canaviais no início do ano

Cana é descarregada em uma usina de processamento da Unica, em São José do Rio Preto (Paulo Fridman/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 18h14.

São Paulo - A moagem de cana-de-açúcar da safra 2014/15 do centro-sul do Brasil deve ficar entre 40 milhões e 50 milhões de toneladas abaixo da safra anterior, por influência da seca que afetou canaviais no início do ano, disse nesta segunda-feira o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.

Em 2013/14, a safra de cana do centro-sul ficou em 596,9 milhões de toneladas. A estimativa oficial mais recente da Unica para 2014/15, divulgada abril, foi de uma moagem de 580 milhões de toneladas.

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"A grande redução vai ocorrer no Estado de São Paulo, na produtividade agrícola. Deve ser uma quebra de 15 por cento", disse Padua à Reuters, no intervalo do Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Goiás teve aumento de produtividade, enquanto Paraná e Mato Grosso do Sul devem ter níveis estáveis ante o ano anterior, acrescentou.

O executivo ressaltou que se trata de uma revisão preliminar e que a Unica deverá divulgar uma nova estimativa oficial de safra até o final de agosto.

No entanto, a oferta menor de cana não afetará a disponibilidade de etanol no mercado de interno, disse Padua.

Isso porque as usinas estão preferindo produzir o biocombustível nesta temporada, em detrimento do açúcar, além de uma redução de 1,4 bilhão de litros nas exportações de etanol pelo Brasil.

Considerando o ritmo atual, acrescentou o diretor da Unica, a oferta total de etanol deve ficar praticamente estável ante a temporada passada, com crescimento de anidro (misturado à gasolina) e redução na fabricação de hidratado (usado nos carros flex).

O mercado de anidro está garantido, disse ele. As distribuidoras já contrataram mais de 10 bilhões de litros do biocombustível, ou seja cerca de 90 por cento da demanda prevista no ano, considerando a expectativa de crescimento de 6 por cento por combustíveis em 2014.

"Mas mesmo com este crescimento, ainda vai ser necessário importar mais de 3 bilhões de gasolina", estimou o executivo.

Açúcar

A seca que reduziu o volume processado de cana teve efeito positivo na concentração de açúcares nas plantas este ano, disse o diretor da Unica.

Segundo Padua, a taxa açúcar total recuperável (ATR) por tonelada de cana colhida deve crescer 1 kg ante 2013/14, quando atingiu 133,3 kg. Na estimativa de abril, a Unica previu um crescimento de quase 2 kg de ATR por tonelada.

"(A concentração de ATR) está maior que no ano passado, porque as usinas aproveitaram o momento mais propício para fazer açúcar", disse o executivo, ressaltando que o clima mais seco nas últimas semanas ajudou na concentração de açúcar nos canaviais.

"Este será o pico de ATR da safra." A maior concentração não deverá, no entanto, compensar o menor volume de matéria-prima disponível.

"Não significa dizer que vai ter mais produção de açúcar. Na verdade, a produção de açúcar deve ser inferior à do ciclo anterior."

O diretor da Unica disse que a produção de açúcar em 2014/15 no centro-sul deve ficar entre 2 milhões e 2,5 milhões de toneladas abaixo do ciclo anterior, que foi de 34,3 milhões de toneladas.

A projeção de abril divulgada pela Única é de que a produção do adoçante na atual safra na região atinja 32,5 milhões de toneladas.

A colheita no centro-sul já avançou para 60 por cento da área estimada, informou Padua.

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