Economia

União Europeia estuda propostas de acordo para negociar com os EUA

De acordo com a comissária europeia, as negociações não incluirão o setor agrícola, um das exigências dos EUA, mas quer incluir o setor automobilístico

UE: as áreas como os serviços públicos, as indicações geográficas e a propriedade intelectual não serão negociadas (Dominic Lipinski/Getty Images)

UE: as áreas como os serviços públicos, as indicações geográficas e a propriedade intelectual não serão negociadas (Dominic Lipinski/Getty Images)

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EFE

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 10h37.

Bruxelas - A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, anunciou nesta sexta-feira que a Comissão Europeia enviou ao Conselho duas propostas para iniciar negociações para um acordo comercial com os Estados Unidos, no contexto das relações estremecidas desde a chegada de Donald Trump.

"Acreditamos que é esta uma agenda comercial focada que pode ser alcançada rapidamente, que tornará o comércio bilateral através do Atlântico mais simples e ajudará a evitar uma escalada das nossas tensões comerciais", afirmou Malmström em entrevista coletiva em Bruxelas.

A comissária reforçou que estas negociações não incluirão o setor agrícola, uma das exigências dos Estados Unidos para estas conversas comerciais, mas sim os automóveis, uma indústria potente para o bloco europeu à qual Trump tinha ameaçado com a imposição de tarifas durante 2018.

"Estamos preparados para pôr nossas tarifas aos carros sobre a mesa de negociação como parte de um acordo mais amplo se os Estados Unidos aceitarem trabalhar juntos para conseguir uma tarifa zero em todos os bens industriais", explicou Malmström.

Além da agricultura, também ficam fora do alcance das negociações áreas como os serviços públicos, as indicações geográficas e a propriedade intelectual.

"Quero ser clara neste sentido: não estamos propondo reiniciar um acordo comercial amplo com os Estados Unidos", frisou a comissária sueca.

A UE e os EUA tinham começado em 2013 as negociações de um ambicioso acordo comercial e de investimentos, conhecido como TTIP, que ficou no ar com a chegada de Trump à Casa Branca em janeiro de 2017.

A proposta da Comissão inclui também uma direção de negociação para um acordo de avaliação da conformidade, um tratado que buscará facilitar para as empresas de ambos blocos o processo de assegurar que seus produtos cumpram os requisitos técnicos para serem exportados à outra região.

Após a publicação dos mandatos de negociação, os Estados-membros devem agora dar sinal verde ao início das negociações comerciais, que a Comissão Europeia realiza em nome de todos os sócios da União Europeia.

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