Economia

UE defende acordo com Mercosul, apesar das sensibilidades

A União Europeia defende um acordo "ambicioso" com o Mercosul, apesar das "sensibilidades" existentes em alguns setores estratégicos


	União Europeia: "queremos um acordo ambicioso apesar das sensibilidades importantes e de certas resistências", disse a embaixadora do bloco no Brasil
 (Emmanuel Dunand/AFP)

União Europeia: "queremos um acordo ambicioso apesar das sensibilidades importantes e de certas resistências", disse a embaixadora do bloco no Brasil (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 22h48.

São Paulo - A União Europeia (UE) defende um acordo "ambicioso" com o Mercosul, apesar das "sensibilidades" existentes em alguns setores estratégicos, afirmou nesta sexta-feira em São Paulo, por ocasião do Dia da Europa, a embaixadora do bloco no Brasil, Ana Paula Zacarias.

"Queremos um acordo ambicioso apesar das sensibilidades importantes e de certas resistências", declarou Ana Paula durante o seminário "Eurocâmaras Dia da Europa", que reuniu as câmaras de comércio de países europeus que operam no Brasil, diplomatas estrangeiros e representantes do governo.

Ana Paula ressaltou que, na aproximação com o Mercosul, a Europa "aposta no crescimento e na inovação" e, nesse sentido, confiou nos avanços que possam surgir nas negociações dos dois blocos durante uma reunião ministerial que será realizada no próximo mês na Bélgica.

Nos dias 10 e 11 de junho acontecerá em Bruxelas a cúpula entre a UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e na reunião os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) querem aproveitar para manter um encontro com os europeus e tentar dar algum passo nesse diálogo.

"A UE trabalha com um conjunto supervisionado de normas que facilita a troca comercial do mundo com um mercado de cerca 500 milhões de pessoas", ressaltou a diplomata portuguesa, que destacou a importância para o bloco europeu de suas relações com o Mercosul e em particular com o Brasil.

O comércio bilateral, lembrou Ana Paula, cresceu a um ritmo de 7% anual, "apesar da crise europeia", para chegar até US$ 88,76 bilhões, com déficit brasileiro de US$ 4,66 bilhões, segundo números oficiais.

"O Brasil representa quase 40% de todo nosso comércio com a América Latina e é o maior abastecedor de produtos agrícolas. Temos certeza que superará os momentos de crise", declarou a diplomata em referência às dificuldades de crescimento econômico do país.

Os investimentos europeus acumulados no Brasil, segundo a Eurocâmaras, alcançaram em 2014 um total de US$ 268,8 bilhões, a metade do investimento estrangeiro direto no país.

O continente europeu celebrará amanhã o Dia da Europa, no qual lembra o 70º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial e o 65º aniversário da Declaração Schuman, na qual se propunha a criação de uma Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), embrião da UE. 

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