Tombini: taxa de inadimplência tende a se estabilizar
Alexandre Tombini disse também que os estoques da indústria estão abaixo do visto no ano passado
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2012 às 18h05.
Brasília - A trajetória da inflação continua consistente com a convergência para sua meta, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, para quem a economia brasileira tende a se recuperar mais fortemente neste segundo semestre num quadro de melhora da inadimplência.
Alexandre Tombini disse também que os estoques da indústria estão abaixo do visto no ano passado, o que abriria espaço para o crescimento na produção conforme a demanda aumentar.
Em teleconferência a jornalistas estrangeiros, o presidente do BC sustentou que já existem indicações de que a economia está acelerando.
"Já temos sinais que amparam a visão de maior crescimento no segundo semestre começando no terceiro trimestre. Estamos confiantes de que o crescimento em termos anualizados vai ser bem mais forte", afirmou.
O crescimento econômico deve vir acompanhado de uma estabilização nas taxas de inadimplência que têm batido seguidos recordes. Em maio, o calote atingiu 6 por cento, maior valor da série histórica do BC.
Tombini disse que dados preliminares de junho mostraram recuo do calote. Segundo ele, a redução é ainda mais acentuada no nível de atrasos entre 15 a 90 dias, um dos principais indicadores antecedentes da inadimplência.
"Esse cenário abre espaço para a realização de novas contratações, em condições melhores de custo e prazo e, consequentemente, para a manutenção de uma expansão moderada do crédito, que representa também mais um fator de sustentação da demanda", disse, após a entrevista, sem citar números, ao participar de evento em Brasília, sobre lançamento das novas cédulas de 10 e 20 reais.
A queda na inadimplência veio acompanhada, segundo o presidente do BC, de um crescimento das concessões de crédito no mês passado, revertendo a queda de 1,5 por cento em maio pela média diária. Os dois dados consolidados de junho serão divulgados pelo BC na próxima quinta-feira junto com outras informações sobre política monetária e operações de crédito.
O presidente do BC considerou que a reversão nos dados de inadimplência e crédito devem-se às quedas nas taxas de juros aos tomadores finais e nos spreads bancários. "(Isso) representa melhores condições de financiamento e refinanciamento para famílias e empresas. Esse movimento, combinado à queda da inflação, que contribui para elevar o ganho real dos salários, permite uma reorganização dos balanços das famílias." A melhor posicionamento das famílias brasileiras para enfrentar o endividamento e as melhores condições dos fundamentos macroeconômicos do Brasil contrastam com o atual cenário internacional de deterioração.
Tombini, no entanto, acredita que, apesar do agravamento do quadro externo que atingiu o setor bancário espanhol e que elevou as dificuldades para a Grécia, é menos provável a ocorrência de uma ruptura hoje do que nos meses anteriores. "A probalidade de um evento extremo se reduziu na comparação com alguns meses atrás." E os dados de junho do Investimento Estrangeiro Direto (IED), disse, mostram que o Brasil "continua sendo um país forte para atrair" esses recursos.
Ele comentou ainda que há uma agenda de obras de infraestrutura que precisa ser implementada. "O governo está focado nisso", disse, acrescentando que as obras vinculadas ao setor de petróleo e aos eventos esportivos contribuirão para o investimento.
Ainda sobre a inflação, o presidente do BC argumentou que sua convergência para a meta de 2012, de 4,5 por cento, não é linear.
"A convergência (da inflação) vai acontecer. Esse processo começou em setembro do ano passado. Não é linear, não é homogêneo. Pode ser que haja um recuo na convergência, uma reversão temporária", disse.
O comentário ocorre depois de vários indicadores mostrarem aceleração nos últimos dias. Na sexta-feira, o IBGE informou alta de 0,33 por cento do IPCA-15 em julho, ante 0,18 por cento em junho e acima das expectativas.
O relatório Focus do BC divulgado nesta segunda-feira mostrou que o mercado financeiro elevou sua projeção para a alta de preços para este ano, passando para 4,92 por cento, contra 4,87 por cento na semana anterior. .
Em um momento em que as agências de classificação de risco têm rebaixado o rating de bancos em países como Espanha e Itália, na esteira da crise econômica internacional, Tombini sustentou que as instituições financeiras médias e pequenas no Brasil estão em situação melhor do que no ano passad.
"Podemos dizer que a situação (de bancos pequenos e médios) é melhor agora do que no começo de 2011", disse. "Estamos melhorando na supervisão desse setor que é bastante importante para economia", emendou.
Tombini aproveitou para reafirmar que o BC atuará no câmbio se houver volatilidade que impeça o funcionamento adequado do mercado.
Brasília - A trajetória da inflação continua consistente com a convergência para sua meta, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, para quem a economia brasileira tende a se recuperar mais fortemente neste segundo semestre num quadro de melhora da inadimplência.
Alexandre Tombini disse também que os estoques da indústria estão abaixo do visto no ano passado, o que abriria espaço para o crescimento na produção conforme a demanda aumentar.
Em teleconferência a jornalistas estrangeiros, o presidente do BC sustentou que já existem indicações de que a economia está acelerando.
"Já temos sinais que amparam a visão de maior crescimento no segundo semestre começando no terceiro trimestre. Estamos confiantes de que o crescimento em termos anualizados vai ser bem mais forte", afirmou.
O crescimento econômico deve vir acompanhado de uma estabilização nas taxas de inadimplência que têm batido seguidos recordes. Em maio, o calote atingiu 6 por cento, maior valor da série histórica do BC.
Tombini disse que dados preliminares de junho mostraram recuo do calote. Segundo ele, a redução é ainda mais acentuada no nível de atrasos entre 15 a 90 dias, um dos principais indicadores antecedentes da inadimplência.
"Esse cenário abre espaço para a realização de novas contratações, em condições melhores de custo e prazo e, consequentemente, para a manutenção de uma expansão moderada do crédito, que representa também mais um fator de sustentação da demanda", disse, após a entrevista, sem citar números, ao participar de evento em Brasília, sobre lançamento das novas cédulas de 10 e 20 reais.
A queda na inadimplência veio acompanhada, segundo o presidente do BC, de um crescimento das concessões de crédito no mês passado, revertendo a queda de 1,5 por cento em maio pela média diária. Os dois dados consolidados de junho serão divulgados pelo BC na próxima quinta-feira junto com outras informações sobre política monetária e operações de crédito.
O presidente do BC considerou que a reversão nos dados de inadimplência e crédito devem-se às quedas nas taxas de juros aos tomadores finais e nos spreads bancários. "(Isso) representa melhores condições de financiamento e refinanciamento para famílias e empresas. Esse movimento, combinado à queda da inflação, que contribui para elevar o ganho real dos salários, permite uma reorganização dos balanços das famílias." A melhor posicionamento das famílias brasileiras para enfrentar o endividamento e as melhores condições dos fundamentos macroeconômicos do Brasil contrastam com o atual cenário internacional de deterioração.
Tombini, no entanto, acredita que, apesar do agravamento do quadro externo que atingiu o setor bancário espanhol e que elevou as dificuldades para a Grécia, é menos provável a ocorrência de uma ruptura hoje do que nos meses anteriores. "A probalidade de um evento extremo se reduziu na comparação com alguns meses atrás." E os dados de junho do Investimento Estrangeiro Direto (IED), disse, mostram que o Brasil "continua sendo um país forte para atrair" esses recursos.
Ele comentou ainda que há uma agenda de obras de infraestrutura que precisa ser implementada. "O governo está focado nisso", disse, acrescentando que as obras vinculadas ao setor de petróleo e aos eventos esportivos contribuirão para o investimento.
Ainda sobre a inflação, o presidente do BC argumentou que sua convergência para a meta de 2012, de 4,5 por cento, não é linear.
"A convergência (da inflação) vai acontecer. Esse processo começou em setembro do ano passado. Não é linear, não é homogêneo. Pode ser que haja um recuo na convergência, uma reversão temporária", disse.
O comentário ocorre depois de vários indicadores mostrarem aceleração nos últimos dias. Na sexta-feira, o IBGE informou alta de 0,33 por cento do IPCA-15 em julho, ante 0,18 por cento em junho e acima das expectativas.
O relatório Focus do BC divulgado nesta segunda-feira mostrou que o mercado financeiro elevou sua projeção para a alta de preços para este ano, passando para 4,92 por cento, contra 4,87 por cento na semana anterior. .
Em um momento em que as agências de classificação de risco têm rebaixado o rating de bancos em países como Espanha e Itália, na esteira da crise econômica internacional, Tombini sustentou que as instituições financeiras médias e pequenas no Brasil estão em situação melhor do que no ano passad.
"Podemos dizer que a situação (de bancos pequenos e médios) é melhor agora do que no começo de 2011", disse. "Estamos melhorando na supervisão desse setor que é bastante importante para economia", emendou.
Tombini aproveitou para reafirmar que o BC atuará no câmbio se houver volatilidade que impeça o funcionamento adequado do mercado.