Economia

Tombini: de 'fraco' a ‘vidente’ em um ano no comando do BC

O presidente do Banco Central chega ao fim do primeiro ano no cargo com a vantagem de ter dado um tiro certeiro ao começar a baixar os juros por causa da crise global

Vidente ou sortudo: análise do jornal Financial Times diz que a decisão de Tombini de baixar os juros começa a se mostrar certeira, afinal (Gustavo Lima/Agência Câmara)

Vidente ou sortudo: análise do jornal Financial Times diz que a decisão de Tombini de baixar os juros começa a se mostrar certeira, afinal (Gustavo Lima/Agência Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 19h56.

São Paulo – A imagem do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, aos olhos do mercado mudou tanto quanto os rumos da política monetária ao longo de 2011. Em seu primeiro ano no cargo Tombini passou de desconhecido a “vidente”, não sem antes passar pelo status de “louco”.

Ao assumir o posto deixado por Henrique Meirelles, Tombini trazia consigo um currículo de qualidades técnicas, mas não era muito conhecido do mercado. Ele iniciou seu mandato em um contexto de alta da inflação, no qual os analistas começavam a duvidar do cumprimento da meta em 2011.

Nas quatro primeiras reuniões do Copom no ano, o presidente do BC deixou claro seu compromisso com o combate à inflação, aumentando a Selic em 1,75 ponto percentual, de 10,75% em janeiro para 12,50% em julho.

Em agosto, no entanto, uma mudança de direção surpreendeu o mercado. O grupo liderado por Tombini decidiu reduzir a taxa básica em 0,5 ponto percentual, logo depois de a presidente Dilma Rousseff cobrar a redução de juros publicamente. A justificativa dada pelo Banco Central foi a preocupação com o cenário econômico internacional, que entrou em fase de brusca desaceleração, mas Tombini ficou com a imagem de fraco.

“Muita gente pensou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fosse louco (ou, no mínimo, que ele estava seguindo ordens estritas da presidente Dilma Rousseff) quando ele deu início, em agosto, a um ciclo de afrouxamento monetário, aparentemente esquecido de que a inflação anual estava acima dos 6,5%, limite superior da meta”, diz um texto publicado no blog Beyond Brics, do jornal britânico Financial Times.

Meses – e três cortes nos juros – depois, o discurso sobre a atuação de Tombini já mostra diferenças. “Chame de previsão, ou simplesmente de boa sorte, mas a decisão do Brasil em começar a baixar os juros em agosto parece ter sido certa, afinal”, diz o FT.

A deterioração nos mercados globais vem justificando as decisões de Tombini. Em uma eventual reforma ministerial no começo do ano que vem, seu nome passa longe da lista de potenciais substituições. Segundo o jornal britânico, a fórmula de Tombini tem dado certo e “parece que nada vai pará-lo agora”. 

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralEconomistasEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoMercado financeiroPersonalidadesPolítica monetáriaSelic

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE