Tombini: BC reduzirá projeção de alta do PIB, diz TV
Em entrevista, presidente do Banco Central disse que vai fixar a projeção do crescimento econômico em 4%
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2011 às 13h51.
Brasília - O Banco Central vai reduzir no final deste mês sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2011, hoje oficialmente em 4 por cento, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em entrevista transmitida pelo canal de notícias Globonews na noite de quinta-feira.
Tombini acrescentou que a presidente Dilma Rousseff lhe garante autonomia para agir, e negou que o BC tenha desistido de fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5 por cento em 2012 para preservar o crescimento.
"O Banco Central não tem outra meta se não a meta de inflação. Essa é a meta do Banco Central, e o Banco Central utiliza seus instrumentos para fazer essa convergência."
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária surpreendeu os mercados ao cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto, para 12 por cento, após cinco altas seguidas. Em ata da reunião divulgada na quinta-feira, o BC justificou a decisão argumentando que o cenário internacional sofreu "substancial deterioração"no período recente, com um impacto desinflacionário.
Reforçando o tom da ata, Tombini disse que a economia mundial sofreu uma "deterioração marcada" desde julho. Ele destacou o impacto dessa deterioração sobre os preços das commodities, afirmando que, "9 entre 10 banqueiros centrais" avaliam que o cenário para as commodities é de "estabilidade de preços, com viés de baixa" até o final de 2012.
"Não estamos falando em recessão mundial. Nós estamos falando em desaceleração da economia mundial, com desdobramentos sobre o Brasil, sobre a economia brasileira, sobre as perspectivas para a inflação. Por isso a tomada da decisão neste momento e não depois."
Para Tombini, "esse ajuste que foi feito agora em agosto contrabalança o cenário internacional deteriorado em relação ao que tínhamos em julho" e futuras decisões do Copom serão tomadas com base na reavaliação das condições econômicas.
Ele acrescentou que a inflação alcançou um pico no terceiro trimestre, e que prognósticos do próprio mercado apontam que, no acumulado em 12 meses, a inflação recuará de 1,8 ponto a 2 pontos de percentagem até abril, maio do ano que vem.
Fiscal robusto
Domesticamente o governo tem mostrado determinação em manter uma situação fiscal "robusta" e é importante que o país se diferencie em um momento em que muitos países enfrentam desequilíbrios das contas públicas em um desdobramento da crise de 2008, afirmou Tombini.
Ele frisou que a hipótese de trabalho do BC é que o país siga cumprindo superávits primários próximos a 3 por cento nos anos seguintes.
No final deste mês o BC divulgará seu relatório de inflação com suas projeções mais recentes para a inflação e o crescimento. Uma fonte do governo afirmou à Reuters que o prognóstico para a alta do PIB será próximo a 3,5 por cento.
"Esse número será revisado, será revisado para baixo," afirmou Tombini, sem dar detalhes.
Ao comentar o ritmo da atividade doméstica, o presidente do BC disse que alguns setores já sentiram um impacto no emprego de medidas de aperto monetário adotadas até julho. A moderação é importante para garantir a convergência da inflação à meta, mas o BC não trabalha com a perspectiva de um desemprego crescente, disse Tombini.
Ele ressaltou, ainda, ter autonomia para atuar no governo Dilma.
"A presidenta desde o início me disse, olha, você opera o Banco Central com autonomia, tome as melhores decisões e faça o que o Banco Central pode fazer, que é trazer essa inflação, fazê-la consistente com o regime de metas."
Brasília - O Banco Central vai reduzir no final deste mês sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2011, hoje oficialmente em 4 por cento, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em entrevista transmitida pelo canal de notícias Globonews na noite de quinta-feira.
Tombini acrescentou que a presidente Dilma Rousseff lhe garante autonomia para agir, e negou que o BC tenha desistido de fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5 por cento em 2012 para preservar o crescimento.
"O Banco Central não tem outra meta se não a meta de inflação. Essa é a meta do Banco Central, e o Banco Central utiliza seus instrumentos para fazer essa convergência."
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária surpreendeu os mercados ao cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto, para 12 por cento, após cinco altas seguidas. Em ata da reunião divulgada na quinta-feira, o BC justificou a decisão argumentando que o cenário internacional sofreu "substancial deterioração"no período recente, com um impacto desinflacionário.
Reforçando o tom da ata, Tombini disse que a economia mundial sofreu uma "deterioração marcada" desde julho. Ele destacou o impacto dessa deterioração sobre os preços das commodities, afirmando que, "9 entre 10 banqueiros centrais" avaliam que o cenário para as commodities é de "estabilidade de preços, com viés de baixa" até o final de 2012.
"Não estamos falando em recessão mundial. Nós estamos falando em desaceleração da economia mundial, com desdobramentos sobre o Brasil, sobre a economia brasileira, sobre as perspectivas para a inflação. Por isso a tomada da decisão neste momento e não depois."
Para Tombini, "esse ajuste que foi feito agora em agosto contrabalança o cenário internacional deteriorado em relação ao que tínhamos em julho" e futuras decisões do Copom serão tomadas com base na reavaliação das condições econômicas.
Ele acrescentou que a inflação alcançou um pico no terceiro trimestre, e que prognósticos do próprio mercado apontam que, no acumulado em 12 meses, a inflação recuará de 1,8 ponto a 2 pontos de percentagem até abril, maio do ano que vem.
Fiscal robusto
Domesticamente o governo tem mostrado determinação em manter uma situação fiscal "robusta" e é importante que o país se diferencie em um momento em que muitos países enfrentam desequilíbrios das contas públicas em um desdobramento da crise de 2008, afirmou Tombini.
Ele frisou que a hipótese de trabalho do BC é que o país siga cumprindo superávits primários próximos a 3 por cento nos anos seguintes.
No final deste mês o BC divulgará seu relatório de inflação com suas projeções mais recentes para a inflação e o crescimento. Uma fonte do governo afirmou à Reuters que o prognóstico para a alta do PIB será próximo a 3,5 por cento.
"Esse número será revisado, será revisado para baixo," afirmou Tombini, sem dar detalhes.
Ao comentar o ritmo da atividade doméstica, o presidente do BC disse que alguns setores já sentiram um impacto no emprego de medidas de aperto monetário adotadas até julho. A moderação é importante para garantir a convergência da inflação à meta, mas o BC não trabalha com a perspectiva de um desemprego crescente, disse Tombini.
Ele ressaltou, ainda, ter autonomia para atuar no governo Dilma.
"A presidenta desde o início me disse, olha, você opera o Banco Central com autonomia, tome as melhores decisões e faça o que o Banco Central pode fazer, que é trazer essa inflação, fazê-la consistente com o regime de metas."