Economia

Tesouro prevê déficit de R$ 124,3 bilhões de julho a dezembro deste ano

Principais fatores negativos que influenciarão a deterioração serão a contínua pressão dos benefícios previdenciários e das despesas com pessoal

O resultado deve ser pior do que o resultado negativo observado em igual período de 2017, que foi de R$ 67,8 bilhões (Thinkstock Photos/Reprodução)

O resultado deve ser pior do que o resultado negativo observado em igual período de 2017, que foi de R$ 67,8 bilhões (Thinkstock Photos/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de julho de 2018 às 16h07.

Brasilia - O Tesouro Nacional projeta um déficit primário de R$ 124,3 bilhões para o segundo semestre de 2018. O resultado deve ser pior do que o resultado negativo observado em igual período de 2017, que foi de R$ 67,8 bilhões.

Segundo o Tesouro, a piora ocorrerá mesmo com a melhora na receita líquida do governo, que deve ter incremento de R$ 15,4 bilhões no período.

Os principais fatores negativos que influenciarão a deterioração serão, segundo o Tesouro, a contínua pressão dos benefícios previdenciários e das despesas com pessoal; a elevação dos créditos extraordinários associados à política de subsídio ao preço do diesel; as despesas relativas à campanha eleitoral de 2018; e o crescimento das despesas discricionárias devido à reprogramação de recursos não executados no primeiro semestre.

Apenas de janeiro a junho, o Tesouro observou que houve aumento nas receitas influenciado pela melhora de indicadores macroeconômicos, além da arrecadação com programas de parcelamento de débitos tributários (Refis), mudanças de alíquotas e comportamento da receita não administrada.

Em relação ao primeiro semestre de 2017, houve incremento de R$ 6,8 bilhões em receitas de cota-parte e compensações financeiras, graças ao aumento de preços internacionais do petróleo e ao câmbio. Também ingressou R$ 1,2 bilhão a mais com o pagamento de dividendos por Caixa e BNDES.

O caixa do governo federal recebeu também R$ 1,166 bilhão em pagamentos de outorgas de concessões em junho, muito acima do registrado em junho de 2017, quando foram pagos apenas R$ 195,5 milhões. Nos cinco primeiros meses deste ano, essa receita somou R$ 2,605 bilhões, queda real de 3,2% ante igual período do ano passado.

Já os dividendos pagos pelas empresas estatais somaram R$ 133,5 milhões em junho, ante R$ 1,987 bilhão no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as receitas com dividendos somaram R$ 5,652 bilhões ante R$ 4,302 bilhões no primeiro semestre do ano passado.

Por outro lado, houve elevação real de 2,2% nas despesas na comparação com o primeiro semestre de 2017, devido ao crescimento dos benefícios previdenciários, das despesas com pessoal e dos gastos discricionários.

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoGovernoTesouro Nacional

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto