Economia

Tereza Cristina diz que Egito autorizou exportação de laticínios do Brasil

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o pedido de aprovação estava pendente desde 2016.

Tereza Cristina: o anúncio foi feito neste sábado (14) pela ministra da pasta, Tereza Cristina, que está no Cairo, capital egípcia (Adriano Machado/Reuters)

Tereza Cristina: o anúncio foi feito neste sábado (14) pela ministra da pasta, Tereza Cristina, que está no Cairo, capital egípcia (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 11h26.

Última atualização em 14 de setembro de 2019 às 13h05.

Cairo — As autoridades egípcias aprovaram o Certificado Sanitário Internacional (CSI) que respalda as exportações brasileiras de leite e produtos lácteos. Com isso, o Brasil estará, a partir do mês que vem, pronto para exportar esses produtos para o Egito.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o pedido de aprovação estava pendente desde 2016.

O anúncio foi feito neste sábado (14) pela ministra da pasta, Tereza Cristina, que está no Cairo, capital egípcia, em missão oficial, acompanhada de empresários brasileiros.

"O Brasil está pronto para a exportação de produtos lácteos, leite em pó, queijos, para Egito. Essa eu acho que é uma grande notícia que nós esperávamos. Foram muito rápidas as negociações e, a partir do mês que vem, o Brasil está pronto para exportar produtos lácteos", diz a ministra em vídeo divulgado pelo Twitter.

A abertura foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, o presidente, que está hospitalizado em São Paulo se recuperando de uma cirurgia, postou mensagem ressaltando que a decisão do governo egípcio ocorre depois da abertura de mercado de carne pela Indonésia e ampliação de vendas para a China.

Com imagem desgastada no exterior pela política ambiental do seu governo, o presidente não perde oportunidade de comemorar os avanços nas negociações comerciais do país.

Esforço comercial

A ministra está no Oriente Médio para tentar ampliar as relações comerciais com países da região, sobretudo Arábia Saudita. Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que a balança comercial entre os países oscilou de 2009 a 2018, com registros de queda nos últimos anos.

É o caso da Arábia Saudita, principal destino dos produtos brasileiros no Oriente Médio. A balança comercial com o país é deficitária para o Brasil desde o ano passado.

Em 2018, após três anos de superávit, a balança fechou com déficit de US$ 219 milhões para os brasileiros. No acumulado do primeiro semestre de 2019 o déficit é US$ 178 milhões.

Em 2014, após a queda dos preços do barril de petróleo - o que culminou em aumento nas importações brasileiras de produtos sauditas e queda nas exportações brasileiras para o país árabe - a balança registrou o maior déficit na série histórica analisada.

Desde 2012, o setor do agronegócio é responsável por mais de 80% das exportações ao país, com US$ 1,7 bilhão em 2018. No último ano, o setor foi responsável por 85% dos embarques brasileiros ao país árabe. Em compensação, o Brasil não importa produtos agropecuários sauditas.

Na viagem ao Oriente Médio, Tereza Cristina se encontrará com Matt Jansen, CEO da Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investiment Company), empresa ligada ao fundo soberano da Arábia Saudita. O encontro é considerado "um dos pontos altos da viagem", segundo uma fonte do Ministério.

Os motivos para o otimismo são as oportunidades de negócio envolvidas, já que o fundo tem orçamento de US$ 1 bilhão para investir, podendo ser ampliado via apresentação de projetos. A Salic tem mandato estratégico para a segurança alimentar da Arábia Saudita, pois possui 38% da Minerva Foods.

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