Temer: diante da frustração na arrecadação, o governo estuda formas de ampliar as receitas (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 20h26.
Brasília - Terminou nesta noite de quarta-feira, 9, após mais de três horas, a reunião entre o presidente Michel Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento).
Também participaram os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ninguém falou com a imprensa no fim do encontro.
O governo tenta encontrar uma solução para a situação das contas públicas e é cada vez mais certo de que terá que rever a meta fiscal, que atualmente prevê déficit de R$ 139 bilhões.
Diante da frustração na arrecadação, o governo estuda formas de ampliar as receitas. Ao mesmo tempo, o governo tenta um acordo para preservar a arrecadação do Refis.
Um grupo de deputados e senadores foi destacado para negociar com a Receita Federal e prometeu chegar a um entendimento nesta quinta-feira.
Mais cedo, no Rio de Janeiro, Temer reforçou que as alíquotas do Imposto de Renda não serão elevadas, como vinha sendo sinalizado nos últimos dias.
"Queria dizer uma coisa aqui que é para ganhar aplausos. Ontem se falou que iríamos aumentar as alíquotas do Imposto de Renda. Não é verdade, absolutamente não haverá aumento", declarou o peemedebista, ao participar da abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enex), no Rio de Janeiro.
Ontem, em São Paulo, Temer havia admitido que a equipe econômica do governo estudava uma alíquota maior para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
A medida poderia garantir até R$ 4 bilhões a mais para os cofres públicos. Após a forte reação da base aliada, o Planalto decidiu não levar a proposta adiante.
A equipe econômica, porém, confirmou que analisa um pacote de aumento de impostos para reforçar o caixa em 2018 e não descartou outras medidas nesse sentido.
Conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a "cesta" em análise pelo Ministério da Fazenda inclui também a tributação de lucros e dividendos, de fundos de investimento imobiliário e o fim da isenção para investidores estrangeiros.
Também está em análise o fim de benefícios fiscais dados a setores específicos como exportadores e indústria química. A intenção é reforçar os cofres públicos em R$ 35,5 bilhões no ano que vem.