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Temer diz que Brasil pode ir à OMC contra tarifas dos EUA

Devido à importante relação entre os dois países, presidente disse que Brasil deve ter cuidado na maneira como vai enfrentar a taxação

Michel Temer: "Temos que tratar com muito cuidado estas relações com os Estados Unidos, até porque nosso primeiro parceiro comercial é a China, mas logo sequencialmente nosso maior parceiro comercial são os Estados Unidos" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 14 de março de 2018 às 13h55.

São Paulo - O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que o Brasil deve ter cuidado na maneira como vai enfrentar a taxação sobre aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos , devido à importante relação entre os dois países, mas ressaltou que se não houver uma solução em breve o país entrará com uma representação na Organização Mundial do Comércio ( OMC ).

"Temos que tratar com muito cuidado estas relações com os Estados Unidos, até porque nosso primeiro parceiro comercial é a China, mas logo sequencialmente nosso maior parceiro comercial são os Estados Unidos", disse Temer ao ser questionado pelo presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, na abertura da versão latino-americana do evento, em São Paulo.

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"Estivemos agora, dois, três dias atrás, com o presidente da Organização Mundial do Comércio, o embaixador Roberto Azevêdo, e ajustamos mais ou menos o seguinte: que nós, na sequência, vamos formular, se não houver uma solução, digamos assim, amigável muito rápida, vamos formular uma representação à Organização Mundial do Comércio", acrescentou o presidente.

"Mas não unilateralmente, não apenas o Brasil, mas com todos os países que tiveram prejuízo em função dessa medida tomada. Naturalmente, essa conjugação coletiva dos países dará mais força a essa representação."

O governo dos EUA impôs na semana passada tarifas de 25 por cento sobre importações de aço e 10 por cento sobre importações de alumínio.

Temer disse que está havendo uma coordenação de empresas brasileira exportadoras de aço para os EUA com parceiras norte-americanas para um trabalho junto ao Congresso daquele país sobre essa questão.

"(Estamos) conectando as empresas brasileiras fornecedoras do aço para os Estados Unidos com as empresas americanas que recebem esse aço... em conjunto poderão trabalhar junto ao Congresso americano, o Congresso americano é muito forte lá nos Estados Unidos, evidentemente, para tentar modificar esta fórmula", disse Temer, informando ainda que vai telefonar para o presidente norte-americano, Donald Trump , para discutir o assunto.

Temer defendeu a abertura plena dos mercados e salientou que um longamente aguardado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia está na fase final. Além disso, afirmou que estão sendo negociados acordos com o Canadá e outros países.

Previdência e Bolsa Família

Sobre o cenário interno, o presidente admitiu que chegou um momento em que percebeu que não seria possível votar a reforma da Previdência agora, mas ressaltou que o tema segue na agenda política do país, ainda que tenha saído temporariamente da pauta legislativa.

Temer reafirmou que se as condições da segurança pública melhorarem até o fim do ano a ponto de encerrar a intervenção federal na área do Estado do Rio de Janeiro, haverá um esforço para se votar a reforma da Previdência a partir de outubro.

O presidente aproveitou também para dizer que os valores distribuídos por meio do Bolsa Família deverão ser reajustados em breve. Ele voltou a defender que se busque dar condições para que as famílias deixem de depender desses recursos.

Como em outros discursos, Temer listou os feitos de seu governo, destacando que assumiu com o país em recessão, mas conseguiu produzir efeitos "extraordinários".

A uma plateia de empresários e investidores, o presidente disse que recuperou o Brasil e agora há muito otimismo com o país.

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