Economia

Sondagem mostra piora da avaliação do BC pelo mercado

De forma geral, comparativamente, as avaliações do Banco Central caíram em proporção maior do que às da Fazenda, embora se mantenham mais elevadas


	Sede do Banco Central em Brasilia: notas do BC registraram uma piora mais acentuada em abril
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sede do Banco Central em Brasilia: notas do BC registraram uma piora mais acentuada em abril (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 16h15.

São Paulo - As avaliações do mercado financeiro sobre as gestões do Ministério da Fazenda e do Banco Central voltaram a piorar em abril, de acordo com o Termômetro Broad, sondagem da Agência Estado cujo objetivo é captar o sentimento dos agentes em relação à equipe econômica do governo.

De forma geral, comparativamente, as avaliações do Banco Central caíram em proporção maior do que às da Fazenda, embora se mantenham mais elevadas.

Neste levantamento, 51 instituições responderam os questionários, durante o período de 23 a 30 de abril.

As notas do Banco Central registraram uma piora mais acentuada em abril.

Para a gestão de forma geral, a nota média caiu de 5,7 para 5,0. Para a gestão da política monetária, passou de 5,7 para 4,9, e a avaliação da política cambial teve média 5,5 em abril ante 6,2 em março.

Por fim, a avaliação da comunicação do Banco Central recuou de 5,7 para 5,3.

Logo no início do mês passado, o Banco Central reuniu-se para decidir sobre a taxa básica de juros. A Selic foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 11,00%.

Tanto o comunicado quanto a ata do encontro dividiram o mercado sobre se o atual ciclo de elevação dos juros chegara ao fim em abril ou se teria um último ajuste restante em maio, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.

Diante de dados de atividade mais fracos, o mercado de juros passou a precificar a interrupção na alta da Selic, embora ainda existam apostas minoritárias de continuidade do aperto monetário.

Em seus discursos, o presidente do BC, Alexandre Tombini, destacou que a inflação corrente, sobretudo após o IPCA de 0,92% em março, deveu-se ao choque de alimentos, reiterando que a política monetária atua com defasagens.

No câmbio, o real seguiu ganhando força, à medida que a entrada líquida de recursos externos no País permaneceu robusta. Em abril até o dia 25, o fluxo cambial estava positivo em US$ 1,316 bilhão.

Com isso, a exemplo do que fez em março, o Banco Central manteve sua política de rolagem apenas parcial dos contratos de swap cambial.

Fazenda

A nota média para a avaliação geral da gestão da Fazenda recuou ligeiramente, de 3,7 para 3,6 de março para abril, enquanto a média das notas para a condução da política fiscal passou de 3,6 para 3,4 no mesmo período.

Em relação à comunicação da Fazenda, a nota também registrou declínio, 3,7 para 3,4.

Ao longo do mês de abril, as discussões sobre a política fiscal e a inflação ganharam ainda mais força, assim como a escalada das denúncias relacionadas à Petrobras.

Pelo lado fiscal, um dos destaques foi a apresentação do projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, segundo o qual a meta de superávit primário do setor público consolidado será de R$ 143,3 bilhões, o equivalente a 2,50% do Produto Interno Bruto (PIB).

Anteriormente, a meta estipulada para o próximo ano era de 3,1% do PIB.

Sobre a inflação, o ministro Guido Mantega manteve o discurso de que a pressão atual se deve a um choque temporário relacionado à oferta de alimentos e que em maio e junho os índices de preços serão mais bem comportados.

Adicionalmente, o debate econômico continuou sendo influenciado pela corrida eleitoral, com o mercado financeiro cada vez mais atento à divulgação das pesquisas de intenção de votos para presidente.

Lançado em março, o Termômetro Broad é produzido mensalmente pelos profissionais do AE Dados junto a bancos, corretoras, consultorias, gestoras de recursos, instituições de ensino, departamentos econômicos de empresas e outros com histórico de realização periódica de projeções de indicadores econômicos.

Os participantes recebem todos os meses um questionário que contém sete perguntas qualitativas a respeito das ações da equipe econômica.

Eles devem dar notas de zero a dez, numa escala de totalmente insatisfeito (zero) até totalmente satisfeito (dez), para a atuação da Fazenda e do BC.

O AE Dados calcula uma nota pela média simples das respostas, arredondada na primeira casa decimal.

São publicados apenas os resultados consolidados da pesquisa. As respostas individuais das instituições ficam em sigilo. A redação da Agência Estado não tem acesso às respostas individuais.

O questionário, enviado por e-mail, deve ser respondido uma única vez por instituição, na última semana de cada mês.

A divulgação dos resultados é feita nos serviços em tempo real do Broadcast na quarta-feira mais próxima do dia 5 de cada mês. Em caso de feriado, a divulgação ocorre no primeiro dia útil subsequente.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraMercado financeiroMinistério da FazendaPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor