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"Solução ordenada" para crise levará dólar a 3 reais, diz banco

Economista-chefe do banco diz que nome do presidente pouco importa para o mercado desde que política econômica seja mantida

Dólar e real: moeda brasileira tem novamente forte queda, mas pode se recuperar com avanço da vacinação (Foto/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de junho de 2017 às 12h33.

Última atualização em 7 de junho de 2017 às 13h02.

São Paulo - De acordo com Marcelo Carvalho, economista-chefe do BNP Paribas para América Latina, o Brasil não tem como escapar de uma reforma da Previdência .

"Se não vier agora, nesse governo, não tem como escapar no próximo governo”, disse ele em coletiva online realizada na manhã desta quarta-feira (07).

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Marcelo avalia que "não há clima" para votar a proposta imediatamente, mas é possível avançar e talvez conseguir uma aprovação até o 3º trimestre.

A partir daí, o debate estará contaminado pela eleição de 2018. Ele prevê dispersão e renovação de candidatos, mas nota que isto ainda não está"formando preço" no mercado.

No curto prazo, sua previsão é que haja uma "solução ordenada" para a crise política disparada pela delação de executivos da JBS e que enfraqueceu o presidente Michel Temer.

"Importa pouco para o mercado financeiro o nome específico de quem esta no governo e sim a politica econômica (...) esse comprometimento com as reformas deve continuar independente de quem estiver sentado naquela cadeira”.

Depois do 1% de crescimento do PIB no 1º trimestre em relação ao anterior, a previsão do BNP Paribas é que a taxa do 2º trimestre seja próxima de zero, um pouco positiva ou um pouco negativa.

Isso porque haveria um “rebalanceamento dos motores do crescimento”: a contribuição excepcional da agricultura não vai se repetir, mas indústria e serviços devem ajudar mais.

O ano fecharia com uma "recuperação moderada" do crescimento: 0,5% contra uma previsão anterior de 1%.

 

Para os 14 milhões de desempregados brasileiros, as notícias só devem melhorar mais para o final do ano:

“O mercado de trabalho reage com uma defasagem maior ao que acontece na economia. Quando a economia volta a crescer, leva um tempo para as empresas se animarem a contratar", diz Marcelo.

Dólar e juros

A previsão do banco é que o dólar feche 2017 em 3 reais, mais otimista do que o consenso de mercado (R$ 3,17 segundo o último Boletim Focus).

"É compreensível que o câmbio esteja menos volátil porque muita coisa mudou para melhor de um ano para cá no Brasil", diz Marcelo.

Ele também é mais otimista do que o mercado em relação aos juros, prevendo 8% no final de 2017 e 7% no final de 2018 (contra 8,5% nos dois momentos, segundo o Focus).

O Banco Central divulgou ontem a ata da última reunião afirmando que pode reduzir o ritmo de corte de juros diante da crise política e incerteza de andamento das reformas.

Mas a inflação já está rodando abaixo da meta de 4,5%; o próximo sinal virá na sexta-feira (09) com a divulgação do IPCA de maio.

Pesa também um ambiente global favorável para os emergentes, e para o Brasil em particular, de crescimento mais alto com inflação sob controle:

"O Brasil continua muito atraente para o investidor estrangeiro, especialmente no longo prazo", diz Marcelo.

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