Exame Logo

Sob a sombra da covid-19, economia da China desacelera e cresce apenas 0,4% no 2º trimestre

É o ritmo mais lento de atividade econômica desde que começou a pandemia do novo coronavírus

China: O desemprego está próximo dos níveis mais altos já registrados (WANG ZHAO/AFP/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de julho de 2022 às 06h15.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 12h59.

A economia chinesa cresceu somente 0,4% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com Departamento Nacional de Estatísticas. Foi o ritmo mais lento de crescimento desde o início da pandemia do novo coronavírus - impactado pela rigorosa política sanitária do país, que continua provocando bloqueios generalizados e quarentenas em massa, interrompendo algumas atividades comerciais.

O resultado do período ficou abaixo das piores previsões dos economistas, que apostavam em crescimento de 1%. A desaceleração de 2020 foi de curta duração, com a economia chinesa se recuperando quase imediatamente. Mas o panorama atual não é tão promissor, segundo publicou o jornal "The New York Times".

Veja também

Quer saber tudo sobre a política internacional?Assine a EXAMEe fique por dentro.

O desemprego está próximo dos níveis mais altos já registrados. Segundo o departamento de estatísticas, o índice entre os jovens aumentou para 19,3%. O mercado imobiliário também não se recuperou ainda, e as pequenas empresas estão arcando com o peso da fraqueza nos gastos do consumidor - as vendas no varejo, um indicador de quanto os consumidores estão gastando, caíram 4,6 por cento em relação ao ano anterior, de abril a junho, segundo o governo.

“A China não está em posição de ser o motor global do crescimento, agora, e os fundamentos de longo prazo apontam para um crescimento muito mais lento na próxima década”, disse Kenneth Rogoff, professor de economia da Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.

LEIA TAMBÉM:China confina cidade de mais de 300.000 habitantes por um caso de covid-19

Em maio, Li Keqiang, primeiro-ministro chinês, convocou uma reunião de emergência e soou o alarme sobre a necessidade de impulsionar o crescimento econômico para mais de 100.000 funcionários de empresas e governos locais. O forte alerta lançou dúvidas sobre a capacidade da China de atingir sua meta anterior de crescimento de 5,5% para o ano.

Junto com o alto desemprego no país, há sinais emergentes de que a fraqueza no mercado imobiliário - que segundo algumas estimativas representa um quarto do produto interno bruto - também pode representar um grande problema para o governo da China, este ano.

As medidas para limitar a especulação imobiliária levaram o setor a uma espiral de dívidas, reduzindo os preços de imóveis novos pela primeira vez em anos e abalando a confiança dos consumidores, muitos dos quais investiram as economias das famílias em imóveis e, agora, estão se recusando a pagar as hipotecas.

“O risco de estagflação na economia mundial está aumentando”, disse o comunicado do departamento de estatísticas, observando que as incertezas externas estão crescendo.

Embora haja sinais de que a economia da China começou a se recuperar desde que Xangai afrouxou as restrições de bloqueio sanitário em junho, os analistas esperam que a pressão sobre o consumo provavelmente persistirá.

Todo esse cenário aumenta a pressão sobre o Partido Comunista, que se prepara para seu 20º congresso, quando o presidente Xi Jinping deve assumir outro mandato de cinco anos.

LEIA TAMBÉM:

Destróier americano navega no Mar do Sul da China e irrita Pequim

O que é IPCA acumulado e qual é a inflação hoje?

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavíruseconomia-internacionalPIB

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame