Economia

Setor público tem déficit primário de R$ 2,7 bi em julho, revela BC

Número representa o melhor resultado para o mês desde julho de 2013, quando houve superávit de R$ 2,287 bilhões

Dinheiro: resultado é o melhor para julho desde 2013 (Fredcardoso/Getty Images)

Dinheiro: resultado é o melhor para julho desde 2013 (Fredcardoso/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 11h24.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 11h26.

Brasília - O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 2,763 bilhões em julho, informou nesta sexta-feira, 30, o Banco Central. O resultado representa o melhor para o mês desde julho de 2013, quando houve superávit de R$ 2,287 bilhões. Em junho, havia sido registrado déficit de R$ 30,102 bilhões.

O resultado primário consolidado do mês passado ficou próximo do teto do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 7,500 bilhões a déficit de R$ 2,700 bilhões. A mediana era negativa em R$ 5,600 bilhões.

O resultado fiscal de julho foi composto por um déficit de R$ 1,402 bilhão do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 1,919 bilhão no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 2,075 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 156 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 558 milhões.

Acumulado do ano

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 8,503 bilhões no ano até julho, o equivalente a 0,21% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 132,0 bilhões para 2019. No caso do governo central, a meta é um déficit de R$ 139,0 bilhões.

O déficit fiscal no ano até julho ocorreu em função do déficit de R$ 26,076 bilhões do Governo Central (0,64% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 17,158 bilhões (0,42% do PIB) no período.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 15,444 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,714 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 415 milhões no período.

12 meses

As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 98,936 bilhões em 12 meses até julho, o equivalente a 1,41% do PIB, informou o Banco Central.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em julho pode ser atribuído ao rombo de R$ 110,849 bilhões do Governo Central (1,58% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 9,284 bilhões (0,13% do PIB) em 12 meses até julho.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,255 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,970 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,628 bilhões no período.

Gasto com juros

O setor público consolidado teve gasto de R$ 27,5 bilhões com juros em julho, após esta despesa ter atingido R$ 17,396 bilhões em junho, informou o Banco Central.

O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 22,680 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,396 bilhões e as empresas estatais, de R$ 424 milhões.

No ano até julho, o gasto com juros somou US$ 208,612 bilhões, o que representa 5,08% do PIB.

Em 12 meses até julho, as despesas com juros atingiram R$ 359,058 bilhões (5,12% do PIB).

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