Setor externo: a projeção do BC para a conta corrente do mês era de um saldo negativo de US$ 4,9 bilhões ante US$ 9,319 bilhões em idêntico mês de 2014 (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 às 13h22.
Brasília - Após um rombo de US$ 3,076 bilhões em setembro, o déficit das transações correntes somou US$ 4,166 bilhões em outubro, conforme revelou nesta quinta-feira, 26, o Banco Central.
A projeção do BC para a conta corrente do mês era de um saldo negativo de US$ 4,9 bilhões ante US$ 9,319 bilhões em idêntico mês de 2014.
Os números levam em conta a nova metodologia do BC para as estatísticas de Setor Externo. Com as mudanças adotadas pela instituição, a série histórica foi reduzida e há dados disponíveis somente a partir de janeiro de 2014. Anteriormente, as informações iam até 1947.
O resultado ficou dentro das expectativas colhidas com economistas do mercado financeiro pelo AE Projeções, que iam de déficit de US$ 2,9 bilhões a US$ 5,6 bilhões, com mediana negativa encontrada foi de US$ 3,7 bilhões.
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 1,879 bilhão em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,799 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária em US$ 3,523 bilhões.
No acumulado do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 53,475 bilhões. Já no acumulado dos últimos 12 meses até outubro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 74,173 bilhões, o que representa 4,02% do Produto Interno Bruto (PIB).
Remessa de lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,259 bilhões em outubro, segundo dados do Banco Central. A saída líquida ficou um pouco abaixo dos US$ 2,624 bilhões que foram enviados, já descontados ingressos, em igual mês do ano passado.
No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 15,949 bilhões. O resultado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 23,879 bilhões.
Possivelmente essa redução reflete a crise pela qual passa o país e a disparada do dólar em 2015.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,287 bilhão em outubro, ante US$ 1,272 bilhão em igual mês do ano passado. No ano até outubro, essas despesas alcançaram US$ 18,487 bilhões, valor levemente maior que os US$ 18,332 bilhões de igual período do ano passado.
Viagens internacionais
Mesmo com a alta do dólar ante o real acima de 40% neste ano, a conta de viagens internacionais continuou a registrar déficit em outubro.
No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 549 milhões. É verdade, porém, que o ritmo diminuiu já que em igual mês do ano passado, o déficit nessa conta era de US$ 1,634 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,002 bilhão em outubro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 453 milhões no mês passado.
No acumulado do ano até outubro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 10,355 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 15,864 bilhões.