Mesmo com uma queda de 10% nas exportações de janeiro a outubro de 2002 -as vendas externas devem fechar em 1,45 bilhão de dólares, contra 1,61 bilhão de dólares em 2001-, a indústria brasileira de calçados vai fechar o ano com crescimento. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Calçados, ABICalçados, o setor gerou 30 200 novos empregos em todo o país. Estima-se que hoje as fabricantes de sapatos empreguem 270 000 pessoas no Brasil. "A elevação do número de empregos este ano, demonstra a relevância que temos como promotores sociais", diz Elcio Jacometi, presidente da ABICalçados.

A associação destaca algumas boas notícias ocorridas em 2002, como a entrada de um bom número de pequenas e médias empresas do setor no mercado internacional e a conquista de novos mercados por parte do calçado brasileiro, como os Emirados Árabes, o México e a Escandinávia. Fabricantes de calçados participaram de 21 eventos internacionais, com presença média de 42 empresas por evento. Além disso, mais de 100 importadores de vários países estiveram presentes em seis eventos nacionais. Eles ficaram impressionados com a qualidade da indústria calçadista nacional , diz Jacometi.

Para o presidente da ABICalçados, os fabricantes de sapatos brasileiros tem todas as condições de aumentar suas exportações. As dificuldades enfrentadas este ano foram decorrentes da queda de consumo nos Estados Unidos e da crise econômica da Argentina. Se esses mercados reagirem e as exportações forem desoneradas, com redução da carga tributária, poderemos duplicar nossos embarques , diz Jacometi.