Economia

Será impossível votar reforma após 20 de fevereiro, diz Maia

Na quinta-feira, Rodrigo Maia marcou a votação da reforma da previdência para 19 de fevereiro.

Rodrigo Maia: "Não tem plano B" (Cristiano Mariz/VEJA)

Rodrigo Maia: "Não tem plano B" (Cristiano Mariz/VEJA)

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Reuters

Publicado em 17 de dezembro de 2017 às 17h06.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que se a reforma da previdência não for votada até 20 de fevereiro do próximo ano ficará impossível aprová-la por causa da proximidade com o calendário eleitoral.

"Se a gente não conseguir condições para votar ali, 19, 20 de fevereiro, é impossível. Aí é melhor ir para outro tema", disse Maia na entrevista publicada neste domingo pelo jornal.

"Não tem plano B. O que você tem de olhar é o que, do ponto de vista do equilíbrio fiscal, pode ser feito. Mas não quero tratar desses pontos porque vou estar jogando a toalha. Então, só depois do dia 19 de fevereiro", acrescentou Maia.

O presidente da Câmara dos Deputados também afirmou na entrevista que "é tudo besteira" dizer que o fracasso até agora da não votação da reforma é culpa do legislativo.

Segundo ele, as duas denúncias contra o presidente Michel Temer apresentadas pela Procuradoria Geral da República tiveram um papel de limitar o número de deputados que apoiam a reforma.

Na quinta-feira, Maia marcou a votação da reforma da previdência para 19 de fevereiro, com a discussão sendo iniciada no dia 5 do mesmo mês.

Na ocasião, ele afirmou que "independente de votar ou não votar em fevereiro, tenho convicção que a gente vai votar, esse tema vai continuar na pauta".

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação.

O governo admite não contar com o apoio necessário no momento, e se viu obrigado a adiar a votação da medida, anteriormente prevista para a terça-feira.

Na sexta-feira, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, admitiu publicamente que o governo negocia mudanças na última versão do texto apresentado do relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).

Antes, o titular da Fazenda, Henrique Meirelles, havia se posicionado frontalmente contra a qualquer alteração da reforma.

A primeira versão da reforma, apresentada ainda em 2016, previa uma economia de 800 bilhões de reais em 10 anos. Essa economia caiu para 480 bilhões de reais com a última versão do texto, de três semanas atrás.

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