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Seguir Trump sem se curvar: o dilema de Jerome Powell

Presidente do banco central americano discursa nesta sexta-feira e deve detalhar a estratégia de cortes de juros, uma demanda do presidente americano

Trump e Powell: o presidente americano chamou recentemente o chefe do Fed de "sem noção" (Carlos Barria/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 07h04.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 08h19.

São Paulo — É possível sinalizar que novos cortes de juros estão no radar, como cobra o presidente americano, Donald Trump, e continuar mostrando autonomia? É o desafio que se impõe nesta sexta-feira a Jerome Powell, o presidente do banco central americano, o Fed.

Powell falará a economistas e banqueiros no evento anual de Jackson Hole, no estado do Wyoming, e é esperado que detalhe a estratégia do Fed para responder às crescentes ameaças de uma recessão na economia americana.

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Em julho, ele anunciou o primeiro corte de juros do país desde 2008, de 0,25 ponto percentual, e desde então tem afirmado, laconicamente, que tratou-se de um “ajuste”. As ameaças no radar são mais do que conhecidas, e puxadas pelos efeitos de uma guerra comercial com a China.

Investidores preveem um novo corte de 0,25 ponto na próxima reunião do Fed, no dia 18 de setembro. A decisão ganha especial interesse por acontecer pouco mais de um ano antes das eleições presidenciais americanas de 2020, em que Trump aposta no bom desempenho econômico para ser reeleito. Em declarações recentes, o presidente cobrou cortes de 1 ponto percentual nas taxas de juros do país e chamou Powell de “sem noção”.

Um novo corte de juros nos Estados Unidos tende a levar investidores a buscarem alternativas mais interessante, e arriscadas, entre elas o Brasil. As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, e os principais índices europeus também abriram em alta, em sinais de que investidores estão otimistas com uma sinalização mais firme de Powell sobre novos cortes de juros.

O tema central do evento de Jackson Hole é “Desafios para Políticas Monetárias”, e será debatido em uma série de mesas que se terminam no sábado e tratarão de guerra comercial, valorização do dólar e independência dos bancos centrais. O presidente do Fed discursa hoje, às 11h de Brasília.

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