Economia

Scania vê mercado de caminhões estável no Brasil em 2012

Montadora espera uma queda na produção de ônibus este ano

Caminhões da Scania: empresa bateu recordes em 2011 (Antonio Milena/Veja)

Caminhões da Scania: empresa bateu recordes em 2011 (Antonio Milena/Veja)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 19h57.

São Paulo - A Scania trabalha com um cenário de estabilidade nas vendas de caminhões no Brasil em 2012, depois do recorde alcançado no ano passado, mas espera que o segmento de ônibus sofra uma queda de 20 por cento após o forte crescimento verificado em 2011.

"O ano de 2011 foi nosso recorde e uma previsão de igualar é uma previsão otimista. O mercado (de caminhões) subiu para outro patamar e está se sustentando", disse o vice-presidente de vendas para América Latina da Scania, Christopher Podgorski, a jornalistas.

O mercado de caminhões poderia até apresentar uma performance melhor, disse o executivo, mas diante da mudança da regulamentação de emissões de gases de euro 3 para euro 5, que tornou os caminhões menos poluentes, mas mais caros, a expectativa é de repetição das vendas de 170 mil unidades de 2011.

Segundo o executivo, o Brasil encerrou 2011 como o maior mercado de caminhões, ônibus, motores e peças de reposição da Scania no mundo, com vendas de 13.011 caminhões, 1.652 chassis de ônibus e 2.515 motores. Em seguida aparecem a Rússia e a Alemanha.

A América Latina encerrou 2011 com participação de 25 por cento no lucro operacional (Ebit, na sigla em inglês) da Scania após 30 por cento em 2010.

Para os primeiros dois trimestres deste ano, o diretor geral da Scania Brasil, Roberto Leoncini, estima lentidão das vendas de caminhões no mercado brasileiro, em função de estoques de caminhões com motorização euro 3.

Estes estoques foram formados diante de expectativa de forte antecipação de compras de modelos euro 3, mais baratos, em 2011 e que a partir deste ano não podem ser mais produzidos no país. Na avaliação de Leoncini, os estoques poderão "distorcer os números" do mercado no primeiro trimestre e início do segundo.


"Ninguém compra caminhão para ficar parado no pátio", afirmou Leoncini, acrescentando que a Scania, que trabalha sob regime de encomenda e não de pronta entrega, já vendeu mais de 1.000 caminhões euro 5 este ano.

"Seria ótimo (o mercado) chegar a 230 mil caminhões no Brasil este ano, se não chegar é por causa da introdução da nova norma, porque, economicamente, o Brasil segue crescendo." Em 2011, o mercado brasileiro de caminhões vendeu 172,9 mil unidades, um crescimento de 9,6 por cento sobre 2010. Segundo Podgorski, a média histórica anterior era de vendas de 100 mil veículos por ano.

Em ônibus, também atingidos pela nova regra de emissões, Leoncini afirmou que "os grandes movimentos" aconteceram no ano passado, que antecedeu as eleições municipais deste ano e foi marcado por um crescimento nas vendas de 22 por cento, para 34.750 unidades. Isoladamente, a Scania apurou salto de 83 por cento nas vendas.

Podgorski evitou falar em previsão de investimentos no Brasil este ano, mas afirmou que a média anual é de dispêndio de 30 milhões a 40 milhões de dólares e que em 2012 boa parte dos recursos irá para a área industrial.

Na Argentina, segundo maior mercado latino-americano para a Scania, a expectativa, segundo o executivo, é de queda de 20 por cento no mercado de caminhões em 2012.

"Normalmente, o primeiro ano após uma eleição (presidencial) é de acomodação, mas acho que vai ser um ano bom para economia porque a demanda por commodities agrícolas segue forte", disse Podgorski sob a reeleição de Cristina Kirchner no final de 2011.

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