Economia

Sanções ao Irã podem dar oportunidade para o Brasil, diz ministro

De acordo com Miguel Jorge, mesmo que as restrições estejam ligadas ao setor de defesa, exportadores devem diminuir relações com o país

Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: sanções da ONU podem criar "uma janela de oportunidades" entre Brasil e Irã (.)

Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: sanções da ONU podem criar "uma janela de oportunidades" entre Brasil e Irã (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje (10) que as sanções impostas ao Irã podem criar "uma janela de oportunidades" para o Brasil no âmbito das exportações.

Após participar do programa Bom Dia, Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele lembrou que as sanções definidas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tratam, basicamente, da área de armamento. "Nós não exportamos armas para o Irã nem tínhamos a pretensão de exportar", disse.

Para Miguel Jorge, as sanções devem provocar a retração de diversos países em relação ao Irã, evitando também o comércio que vai além do de armamento. "Evidentemente que a pressão não se dará só no comércio de armas. Ela vai ser indireta a países que vendem outros produtos ao Irã", explicou.

O ministro destacou que, nos cinco primeiros meses deste ano, o Irã tornou-se o segundo maior comprador de carne brasileira e que as exportações de alimentos brasileiros para o país podem apresentar melhora diante da retração indireta de outros países.

"Deve haver uma retração natural da maioria dos exportadores que estabeleceram sanções. Isso poderá dar oportunidade para o Brasil", afirmou Miguel Jorge. "Não é possível que alguém possa criar qualquer obstáculo para que um país venda alimentos a outro país", completou.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou na manhã de ontem (9) um novo pacote de sanções contra o Irã. Dos 15 países que compõem o órgão, 12 votaram favoravelmente.

Apenas o Brasil e a Turquia foram contrários e o Líbano se absteve. Para a maioria dos integrantes do conselho, o programa nuclear iraniano é uma ameaça por esconder a produção de armas atômicas e não seguir as orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

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