Economia

Safra de café do Brasil terá queda substancial em 2014, 2015

Motivos seriam seca severa e o tempo quente no início do ano nas principais regiões produtoras do país


	Trator irriga mudas da planta do café: safra brasileira em café em 2014 foi estimada em média pela Conab em 48,34 milhões de sacas de 60 kg, no que já poderia ser uma queda ante 2013
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Trator irriga mudas da planta do café: safra brasileira em café em 2014 foi estimada em média pela Conab em 48,34 milhões de sacas de 60 kg, no que já poderia ser uma queda ante 2013 (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 12h43.

São Paulo - O Conselho Nacional do Café (CNC) alertou nesta sexta-feira que a seca severa e o tempo quente no início do ano, nas principais regiões produtoras do país, levará a uma substancial redução da colheita do Brasil em 2014 e em 2015.

A afirmação da entidade que representa os produtores no Brasil foi feita após o café arábica, negociado em Nova York, registrar na quinta-feira baixa de 7 por cento, a maior queda diária em três anos, em função de chuvas previstas para as áreas cafeeiras brasileiras.

Nesta sexta-feira, o contrato maio operava em leve baixa, a 1,7305 dólar por libra-peso, às 12h10 (horário de Brasília).

"O que podemos antecipar é que haverá redução substantiva na colheita, tanto em 2014, quanto em 2015, mas ainda é prematuro quantificá-la", afirmou o CNC.

A entidade disse ainda que não passará informações para o mercado sem um levantamento seguro, e espera ter informações precisas sobre perdas em abril.

O CNC afirmou que a não cometerá "a irresponsabilidade de tomar uma região como exemplo e prognosticar o observado nela como uma situação geral, tendo em conta que o veranico teve incidências diferentes no cinturão produtor." Mas destacou que a safra será inferior ao volume estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no início de janeiro, antes de as lavouras serem atingidas pela seca.

A safra brasileira em café em 2014 foi estimada em média pela Conab em 48,34 milhões de sacas de 60 kg, no que já poderia ser uma queda ante 2013, com redução de investimentos pelos cafeicultores após preços baixos no ano passado.

Com a seca no maior produtor global, o café se recuperou fortemente em 2014, atingindo uma máxima recente de dois anos, antes de recuar com as previsões de chuvas.

"O mercado climático continua ditando a tendência e a aproximação de chuvas mais generalizadas sobre a região Sudeste do Brasil pressiona os preços futuros", disse o CNC.

O conselho dos produtores reafirmou que o veranico já causou danos irreversíveis em muitas lavouras cafeeiras. "Há limite para essa queda. Até a divulgação de dados consistentes sobre a quebra da safra, o mercado deve continuar volátil." (Por Roberto Samora)

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