Economia

Roubini diz que cidades brasileiras vivem bolha imobiliária

Em texto publicado hoje, ele afirma que bolhas imobiliárias estão surgindo ao redor do mundo - inclusive nos "principais centros urbanos" brasileiros


	Nouriel Roubini, economista presidente da consultoria RGE Monitor
 (Evan Kafka/EXAME.com)

Nouriel Roubini, economista presidente da consultoria RGE Monitor (Evan Kafka/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 11h33.

São Paulo - O economista Nouriel Roubini, famoso por prever a crise financeira de 2008, acaba de publicar um artigo no Project Syndicate em que afirma que bolhas imobiliárias estão aparecendo em grandes centros urbanos do Brasil, Turquia, Índia e Indonésia.

O texto, intitulado "De volta para as Bolhas Imobiliárias", diz que o que está acontecendo atualmente em muitos países é como "um replay em câmera lenta" do que ocorreu na crise financeira americana, mas por uma série de outros motivos.

Nas economias avançadas, o problema é de taxas de juros extremamente baixos e muita liquidez. A combinação de crescimento e inflação baixos com um excesso de dinheiro no mercado leva a uma valorização excessiva de ativos como imóveis.

Ele cita Canadá, Nova Zelândia, França, Alemanha e vários outros países europeus como exemplos de países vítimas deste processo. Os sinais: aumentos constantes de preços em relação à renda total e de dívida imobiliária em relação a dívida total.

No caso dos emergentes, "a situação é mais variada".  Países com maior renda per capita, como Israel e Hong Kong, estão inflando a bolha ao deixarem suas taxas de juros muito baixas para evitar valorização de suas moedas.

Brasil, Turquia, Índia e Indonésia são citados como países de alta inflação, acima da meta do Banco Central. Em comum, urbanização acelerada que faz com que demanda por imóveis supere a oferta - empurrando os preços para cima.

Ele afirma ainda que as bolhas "não estão prestes a estourar por enquanto, porque as forças que as alimentam ainda estão em plena operação". Segundo ele, as autoridades de regulação estão mais atentas desta vez, mas enfrentam constrangimentos políticos para lidar com a questão.

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