Economia

Rolagem de títulos da dívida dominará a cena no mercado

O dia será movimentado para os mercados brasileiros. As últimas pesquisas eleitorais, que mostraram recuperação de José Serra (PSDB/PMDB), perderam um pouco de seu efeito positivo com os investidores mais preocupados com uma dívida do governo que vence na próxima segunda-feira. São mais de 1,5 bilhão de reais, dos quais o Banco Central conseguiu rolar […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

O dia será movimentado para os mercados brasileiros. As últimas pesquisas eleitorais, que mostraram recuperação de José Serra (PSDB/PMDB), perderam um pouco de seu efeito positivo com os investidores mais preocupados com uma dívida do governo que vence na próxima segunda-feira. São mais de 1,5 bilhão de reais, dos quais o Banco Central conseguiu rolar até ontem menos de 600 milhões, o que significa que ainda restam cerca de 1 bilhão para operações entre hoje e amanhã.

Caso não consiga obter sucesso na rolagem, o governo terá de pagar a dívida. Isso é ruim porque a quitação libera um grande volume de reais no mercado e, com real na mão, investidores podem comprar dólares e forçar a taxa de câmbio.

As tentativas do BC de trocar os papéis por vencimentos mais longos começaram há dois dias. Na terça-feira quase nada foi trocado. O mercado pediu taxas de remuneração superiores a 50% para aceitar os papéis. Ontem, as exigências melhoraram e o BC conseguiu rolar 37% da dívida.

Sucesso ou não, os leilões de swap cambial de hoje e de amanhã devem influenciar o dólar e a cotação destes dois dias será fundamental para a definição da Ptax, a cotação média do dólar calculada pelo BC entre diferentes instituições financeiras. A Ptax de amanhã, último dia útil do mês, determina quem ganha e quem perde na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com os contratos de setembro.

Indicadores

O mercado aguarda duas divulgações importantes: o desempenho fiscal do governo em julho e o Índice Geral de Preços (IGP-M) de agosto.

De acordo com análise do Lloyds TSB, o superávit acima da linha, que mostra o desempenho do Tesouro, da Previdência e do BC, poderá ficar em torno de 3 bilhões de reais, muito acima do 1,6 bilhão em junho e 1,2 bilhão de julho de 2001. A arrecadação recorde de 22,3 bilhões de reais em julho, impulsionada pelo pagamento de 1,1 bilhão (referente a anistia de multas e parte dos juros a contribuintes que desistiram de ações judiciais) e mais o pagamento de royalties de 1 bilhão pela Petrobrás explicam a expectativa favorável do mercado.

Quanto ao superávit de estados e municípios, a expectativa é de que fique perto da

média de 900 milhões de reais do último ano. Os resultados das estatais podem atingir 1,1 bilhão de reais. Com isso, o superávit primário abaixo da linha pode ficar em torno de 5 bilhões de reais e superar o resultado verificado em julho de 2001, que foi de 2,7 bilhões de reais.

Se confirmada nossa projeção, a meta fiscal de 34,1 bilhões de reais estabelecida para o terceiro trimestre de 2002 estaria praticamente cumprida , dizem os analistas do banco.

A Fundação Getúlio Vargas divulga o IGP-M de agosto. A expectativa do mercado é que o índice de inflação fique em 2,1%, pressionado pela alta do dólar que depreciou os preços no atacado.

Nos Estados Unidos, serão anunciados o PIB do segundo trimestre (1,1% é a expectativa) e os pedidos de seguro desemprego de agosto.

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