Economia

Ritmo de crescimento na AL pode não ser sustentável, diz FMI

Fundo aponta três indícios de que a dinâmica de crescimento na região pode mudar nos próximos anos


	“Se a tendência histórica para capital e produtividade total dos fatores continuar, e dado algum refreamento natural no trabalho, então é pouco provável que a dinâmica atual de forte crescimento seja sustentável”, afirma FMI, em relatório
 (Divulgação/IMF)

“Se a tendência histórica para capital e produtividade total dos fatores continuar, e dado algum refreamento natural no trabalho, então é pouco provável que a dinâmica atual de forte crescimento seja sustentável”, afirma FMI, em relatório (Divulgação/IMF)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2013 às 16h20.

São Paulo – Na última década, a América Latina desfrutou de uma dinâmica de forte crescimento. Segundo o FMI, esse ritmo de crescimento pode não ser sustentável. O conjunto de países cresceu, em média, 4% entre 2012 e 2013. O Fundo estima que o crescimento médio entre 2013 e 2017 ficará um pouco abaixo, em torno de 3,25%.

“Se a tendência histórica para capital e produtividade total dos fatores continuar, e dado algum refreamento natural no trabalho, então é pouco provável que a dinâmica atual de forte crescimento seja sustentável”, afirma o FMI, no relatório Regional Economic Outlook sobre o Hemisfério Ocidental. A produtividade total dos fatores mede a eficiência com a qual os fatores de produção são utilizados no processo de produção e inclui a tecnologia, assim como a eficiência dos mercados.

Essa possível desaceleração do crescimento reflete menores contribuições de todas as fontes para os próximos anos, segundo o FMI, que destaca três pontos:

Capital físico

O crescimento do capital físico deve moderar um pouco, segundo o FMI, refletindo uma normalização das condições de financiamento externo e a estabilização de preços das commodities. Os dois fatores foram determinantes para a recente força dos investimentos domésticos e dos investimentos estrangeiros diretos na região.

Trabalho

A contribuição do trabalho para o crescimento no futuro poderá ser limitada por alguns refreamentos naturais, segundo o FMI, incluindo o envelhecimento da população, espaço limitado para aumento adicional da taxa de participação na força de trabalho (inclusive para as mulheres), que já estão altas, segundo o FMI e baixas taxas de desemprego. “Contribuições mais fortes por parte do capital humano vão precisar de melhorias importantes na qualidade da educação”, afirma o relatório.

Produtividade

O crescimento da produtividade total dos fatores também deve desalecerar, em linha com a normalização do ciclo de negócios. A performance da produtividade será fundamental para sustentar altas taxas de crescimento na região, segundo FMI.


Nesse cenário, de expectativa de moderação na acumulação de capital e da existência de refreamentos naturais no trabalho, é pouco provável que o momento de forte crescimento que a região vive seja sustentável, a menos que a performance de produtividade total dos fatores melhore significativamente, segundo o FMI, para quem esse desafio é uma prioridade para a região. O Fundo afirma que as causas para o baixo crescimento da produtividade total dos fatores na América Latina são muitas e variadas e sugere políticas nesse sentido – entre elas, a melhoria do clima de negócios e da infraestrutura, entre outros.

A pesquisa foi realizada com base em dados dos países da América Latina. Argentina, Guatemala, e a maior parte das pequenas ilhas do Caribe foi excluída por causa da limitação de dados, segundo o FMI. 

Leia também: O que o FMI espera do PIB de 20 lugares para daqui a 20 anos

Acompanhe tudo sobre:América LatinaFMIIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

CCJ do Senado adia votação da PEC da autonomia financeira do BC

Por que Países Baixos e Reino Unido devem perder milionários nos próximos anos?

STF prorroga até setembro prazo de suspensão da desoneração da folha

FGTS tem lucro de R$ 23,4 bi em 2023, maior valor da história

Mais na Exame